O Banco de Portugal (BdP) disse, esta quarta-feira, que a garantia estatal de 5,7 mil milhões de dólares dada ao BES Angola (BESA) nunca foi associada especificamente ao banco, mas à cobertura de perdas na carteira de crédito.
«Em nenhum momento esta garantia se alicerçou ou foi associada a problemas específicos do próprio BESA», salientou o supervisor numa carta enviada ao presidente da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES, o deputado do PSD Fernando Negrão.
A entidade liderada por Carlos Costa acrescentou que «os termos e fundamentos da garantia diziam respeito à necessidade de apoiar um conjunto de entidades empresariais angolanas, constituído por micro, pequenas e grandes empresas, cujas operações apresentavam significativa importância para a implementação dos objetivos definidos para o plano de desenvolvimento de Angola para 2013-2017».
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O supervisor reagiu hoje (tal como fizera na véspera) às declarações prestadas por Ricardo Salgado, líder histórico do BES, terça-feira no parlamento, numa audição que durou mais de 10 horas.
Quanto à queda da marca Espírito Santo, que também foi criticada por Salgado na sua audição na comissão parlamentar, na terça-feira, o BdP explicou que as regras comunitárias relativas à intervenção pública nos bancos ditam o «compromisso de descontinuar a utilização da marca BES/Banco Espírito Santo».
O BdP diz ainda que não obrigava o BES a fazer um aumento de capital em 48 horas, como Salgado acusou, mas sim à apresentação de um plano para a sua concretização.
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