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Bruxelas de «costas voltadas», Krugman diz «disparates»

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CGTP diz que 25% dos portugueses vivem com rendimentos abaixo do limiar da pobreza

«A reunião que tivemos hoje com o primeiro-ministro veio confirmar que o Conselho Europeu vai persistir no erro: vai persistir numa política económica que continua subordinada aos interesses dos grupos económicos e financeiros e voltada de costas para os interesses e os direitos das populações». Foram estas as palavras do secretário-geral da CGTP ainda na segunda-feira, à saída de um encontro que durou mais de uma hora com Passos Coelho para preparar a cimeira europeia.

Arménio Carlos reiterou: «Não podemos, de forma nenhuma, aceitar que se continue a persistir no erro de promover a competitividade à custa da redução dos direitos dos trabalhadores e da desregulação das relações de trabalho».

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«Todas as propostas» que estão a ser discutidas contribuem para «beneficiar o setor financeiro e [estão] de costas voltadas para os trabalhadores e para outras camadas da população».

Segundo o dirigente da CGTP, o que há «não é uma política de coesão social, é uma política de desorganização social e de exploração dos que estão numa situação insustentável».

Esta «situação insustentável» verifica-se, por exemplo, num estudo da CGTP que conclui, de acordo com Arménio Carlos, que «25 por cento da população portuguesa está com rendimentos abaixo do limiar da pobreza».

O secretário-geral da CGTP adiantou que os cerca de 400 mil trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional, «depois de deduzidos os 11% de desconto para a Segurança Social», ficam «com um salário líquido mensal de 432 euros, abaixo do valor do limiar da pobreza, que é de 434 euros».

Krugman diz «disparates»

O norte-americano Paul Krugman defendeu também ontem, em Lisboa, que Portugal terá de baixar os seus salários relativamente aos principais países da zona euro, mas não ao nível dos chineses, porque tem um défice comercial muito elevado e precisa de ganhar competitividade.

Sobre estas afirmações, o líder da CGTP respondeu que «até os nóbeis da Economia têm o direito de dizer disparates e de falar do que não conhecem». «Se o senhor Krgman estivesse a auferir o ordenado mínimo português de certeza que não falaria dessa forma».

Arménio Carlos entregou ontem o pré-aviso de greve ao Governo. A paralisação vai decorrer no próximo dia 22 de Março.

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