Joaquín Almunia defende a entrada de capital de países emergentes nas empresas da Europa e garante que não devemos ter «uma atitude proteccionista ou negativa» caso países como a China ou o Japão comprem dívida europeia.
«Estou disposto a abrir o capital das empresas a países emergentes, como o Brasil ou a Índia. Não tem de necessariamente ser a China», adianta.
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Na conferência «Europa 2011 - Regulação e Competitividade», promovida pelo «Jornal de Negócios» e que decorre esta sexta-feira em Lisboa, Almunia explica que a Europa nunca ganhou nada com o levantamento de obstáculos económicos.
Compra de dívida pela China é «muito positiva»
«As nossas empresas continuam a investir em países emergentes e criticamos quando encontramos obstáculos. Mas devemos receber esses investidores [de países emergentes] com as mesmas condições que recebemos de outros países industrializados», frisa.
Quanto à compra de dívida pública portuguesa e espanhola por parte da China, Almunia diz: «É muito positivo que agentes económicos tão importantes como a China participem nas emissões de dívida pública dos países europeus».
Contudo, alerta, que não se pode aceitar vender dívida e depois bloquear os investimentos chineses. «Não consigo entender quem defende que devemos abrir as portas aos chineses para comprarem dívida pública e, ao mesmo tempo, fechar as portas quando eles querem fazer investimentos», atira.
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Krugman «ignora» como funciona a Europa
O comissário europeu da Concorrência responde ainda a Paul Krugman, o Nobel da Economia que esta semana considerou a última emissão de dívida ruinosa. «Ele é um economista excepcional no que respeita às críticas sobre política americana» mas «ignora como funciona a Europa e a União Económica e Monetária», remata.
[Notícia actualizada com mais declarações]
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