O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) considerou que a greve dos revisores da CP, que terminou às 00h00 desta terça-feira, foi «bastante positiva», com uma adesão de 90 por cento e cerca de 300 ligações suprimidas.
«Os trabalhadores mostraram claramente o seu descontentamento», disse à Lusa o presidente do sindicato, Luís Bravo, sublinhando que a adesão registada traduz a mensagem que os trabalhadores ferroviários pretenderam transmitir à administração da CP: «A de que a empresa tem de lutar pelos seus homens».
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O sindicalista garantiu que cerca de três centenas de ligações previstas para segunda-feira «foram suprimidas», com incidência nos comboios de longo curso, regionais e urbanos.
«Cerca de 75 por cento das bilheteiras estiveram encerradas um pouco por todo o país, enquanto que na linha de Cascais se registou o fecho de 90 por cento das bilheteiras», adiantou o presidente do SFRCI, considerando que estes números são «bastantes expressivos».
«Mas mais importante que os números foi a forma como os trabalhadores demonstraram o seu descontentamento», disse, frisando que o numero de funcionários da CP que aderiram a esta paralisação se cifra nos 90 por cento.
Os revisores e funcionários das bilheteiras da CP manifestaram-se contra o congelamento salarial e contra a intenção do Governo em privatizar algumas das linhas, «precisamente as mais rentáveis», segundo Luís Bravo, que considera que se a iniciativa for avante, a empresa ficará «numa situação insustentável».
Para as próximas semanas, o sindicato não prevê qualquer outra forma de luta, excetuando a greve geral agendada para o próximo dia 27, altura em que os vários sindicatos do setor ferroviário irão unir-se numa paralisação conjunta.
Os efeitos da greve irão sentir-se até às 13h de hoje, segundo Luís Bravo, altura em que a circulação dos comboios estará regularizada.
A porta-voz da CP, Ana Portela, admitiu à Lusa a possibilidade de existirem alguns constrangimentos na circulação ferroviária durante a manhã, mas disse que a empresa espera que a situação esteja «completamente regularizada» antes das 13h.
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