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Partidos preocupados com aumento do preços no setor energético pedem mais medidas ao Governo

Partidos com assento parlamentar consideram insuficientes maioria das soluções apresentadas pelo Governo

Os partidos com assento parlamentar mostram-se preocupados com o aumento do preço da energia, considerando a maioria que as soluções apresentadas pelo Governo até ao momento são insuficientes, mas propondo respostas diferentes.

Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Afonso Oliveira apela a que o Governo cumpra com a palavra dada em 2016 – quando, aquando da criação do adicional ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), tinha afirmado que este seria eliminado com a subida do preço dos combustíveis – considerando que as medidas apresentadas pelo executivo até ao momento “não são soluções”.

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O deputado social-democrata afirma que “tem de haver uma redução da carga fiscal sobre os combustíveis”, sendo esse um dos temas que, em sede de Orçamento do Estado, o partido se irá “debruçar e ver qual será a melhor solução” para "não penalizar o rendimento das pessoas e das famílias".

No mesmo sentido, o deputado do CDS João Almeida diz à Lusa que o Governo deve assumir o compromisso de 2016 sobre o adicional ao ISP, acrescentando ainda que, tanto no que se refere ao preço dos combustíveis como da eletricidade, é preciso “remover a carga fiscal”.

Objetivamente, é nos impostos que é preciso mexer imediatamente para que esta crise não seja trágica para famílias e empresas”, indica o deputado, que aponta ainda que o partido irá apresentar propostas sobre o tema quando o Orçamento do Estado baixar à especialidade.

À semelhança do PSD e CDS, a Iniciativa Liberal também considera que o Governo deve reduzir os impostos sobre a energia, designadamente o IVA sobre a eletricidade, avançando que, durante o debate orçamental, irá apresentar iniciativas sobre a matéria.

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O Chega também considera que o “Governo tem de se convencer que tem de baixar a carga fiscal sobre os impostos”, argumentando que tabelar os preços é errado porque mostra que “a economia não funciona”, e que precisa de intervenção, o que só se deve fazer “em casos excecionalíssimos”.

No debate parlamentar sobre a lei que permite ao Governo limitar os preços dos combustíveis – e que foi promulgada na quarta-feira à noite pelo Presidente da República – o deputado do PS Miguel Costa Matos tinha assinalado que o que “faz sentido é regular as margens” e não baixar o ISP.

Quem paga [a redução do ISP] somos todos nós, mesmo aqueles que não usam carro particular, mas pagam sobretudo as gerações mais jovens – a minha geração – porque tiramos recursos da descarbonização para incentivar o consumo de combustíveis fósseis”, salientou.

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À semelhança do PSD e CDS, o PCP indica que, no âmbito da discussão orçamental, também irá pedir o fim do adicional ao ISP, assim como a “eliminação da dupla tributação, em que o IVA é calculado por um valor que inclui o ISP”.

Além disso, os comunistas pretendem também voltar a apresentar uma proposta para a criação de “um regime de preços máximos” dos combustíveis - que foi recentemente rejeitada pelo PS, PSD, CDS-PP, PAN, Iniciativa Liberal e Chega - considerando que a lei promulgada pelo Presidente da República tem um "alcance muito menos significativo que a do PCP".

Pelo BE, o deputado Pedro Filipe Soares considera que é necessário arranjar uma “resposta estrutural de longo prazo” para a transição energética, mas também “uma resposta imediata e urgente para retirar o peso da carteira das famílias”, considerando que as medidas apresentadas até ao momento pelo Governo são “insuficientes”.

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À Lusa, o dirigente bloquista Jorge Costa concretiza essa dupla abordagem no que se refere ao preço da eletricidade, apontando que, numa “dimensão imediata”, é necessário “envolver as companhias elétricas que têm estado a ter grandes ganhos neste contexto” e, “numa dimensão mais técnica que é também política”, procurar “substituir o modelo de mercado elétrico” que considera estar “rigorosamente alinhado com os interesses das grandes companhias elétricas”.

Segundo o PAN, tanto o estabelecimento de preços máximos como a redução da carga fiscal não são soluções, propondo antes que se regresse a um “mercado regulado dos combustíveis fósseis”.

O deputado do PAN Nelson Silva considera que “quer o preço da eletricidade produzida através do gás natural, quer o preço dos combustíveis fósseis é uma realidade que, infelizmente, vai continuar a acontecer”, afirmando que se não houver “coragem agora de avançar e dar passos firmes na massificação das energias renováveis como a principal fonte energética a nível nacional”, daqui a 20 anos surgirá “um problema muito maior” do que o atual.

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