A Comissão Europeia reviu esta quinta-feira em baixa a sua previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano, prevendo uma expansão de 1,7%, abaixo da estimativa de 2,2% do Governo.
Nas previsões de inverno, divulgadas esta quinta-feira, a Comissão Europeia baixou as suas estimativas de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) português para 1,7% este ano, face à expansão de 1,8% antecipada nas previsões de outono, divulgadas em novembro.
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Bruxelas está assim mais pessimista para o crescimento da economia portuguesa em 2019 do que o Governo português, que continua a apontar para uma expansão de 2,2% do PIB este ano.
Bruxelas revê em baixa crescimento na zona euro em clima de incertezaA Comissão Europeia também reviu em baixa as previsões de crescimento da economia da zona euro até 2020 e reconhece que o abrandamento poderá ser ainda mais pronunciado devido ao “elevado grau de incerteza” no panorama económico global.
Nas previsões intercalares de inverno publicadas, o executivo comunitário estima que o Produto Interno Bruto (PIB) na zona euro progrida 1,3% este ano e 1,6% em 2020, quando nas anteriores projeções, de outono (divulgadas em novembro), antecipava valores de 1,9% e 1,7%, respetivamente.
Para o conjunto da União Europeia (já a 27, dado a saída do Reino Unido estar agendada para final do próximo mês), a Comissão Europeia revê igualmente sobretudo em baixa a previsão de crescimento para 2019, que estima agora que se fixe nos 1,5%, quando há três meses antecipava que chegasse aos 2,0%.
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Para 2020, prevê que acelere para os 1,8% do PIB, ainda assim abaixo do valor projetado no outono, de 1,9%.
As revisões em baixa da Comissão Europeia têm até “efeitos retroativos”, já que, com os dados agora disponíveis, que confirmam um abrandamento da economia mais vincado do que o esperado nos dois últimos trimestres do ano passado, sobretudo no derradeiro, Bruxelas estima que em 2018 a economia tenha crescido 1,9% na zona euro e na UE a 28, quando em novembro projetava crescimentos de 2,1 e 2,2%, respetivamente.
De acordo com o executivo comunitário, tal deveu-se ao facto de a atividade económica ter sido mais moderada do que o previsto no segundo semestre do ano passado, face a um abrandamento no crescimento do comércio global, a um decréscimo na confiança, e por a produção em vários Estados-membros ter sido negativamente afetada por fatores domésticos temporários, como interrupções na produção de automóveis, tensões sociais e incerteza sobre políticas orçamentais.
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Bruxelas sublinha que a economia europeia deverá crescer em 2019 pelo sétimo ano consecutivo, e em todos os Estados-membros, mas admite que “o ritmo do crescimento deverá ser moderado, comparativamente com as taxas elevadas dos últimos anos”, e adverte que “o cenário está sujeito a uma grande incerteza”.
Um elevado grau de incerteza rodeia o panorama económico e as projeções estão sujeitas a riscos negativos. As tensões comerciais, que têm pesado sobre o sentimento há já algum tempo, aliviaram até certo ponto, mas continuam a ser um fator de preocupação”, aponta a Comissão Europeia.
Bruxelas justifica também o cenário de incerteza com o facto de a economia chinesa ter abrandado de forma mais vincada do que era antecipado e de os mercados financeiros globais e muitos mercados emergentes serem vulneráveis a mudanças abruptas, além de, sublinha, o processo de saída do Reino Unido da UE (‘Brexit’) continuar a ser “uma fonte de incerteza”.
Relativamente à inflação, o outro indicador macroeconómico contemplado nestas previsões intercalares, a Comissão Europeia estima que este ano abrande para os 1,4% na zona euro e 1,6% na UE a 27, e progrida ligeiramente – uma décima – no próximo ano, para os 1,5% no espaço da moeda única e 1,7% no conjunto dos 27 Estados-membros.
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