As taxas de crescimento voltarão a diminuir na maioria dos países já no próximo ano, a menos que se encontrem novas fontes de dinamismo económico. É este o aviso feito pelo Relatório sobre o Comércio e o Desenvolvimento 2010.
O documento da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) alerta para a frágil e desigual recuperação da economia mundial, impulsionada pelos países em desenvolvimento.
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«Os Estados Unidos crescem razoavelmente, mas não têm mais como crescer o seu consumo. A União Europeia e o Japão crescem pouco e os países em desenvolvimento muito. O relatório diz ainda que a Europa já está deixando de fazer políticas anticíclicas de forma prematura», disse à agência Lusa o director internacional da Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal) no Brasil.
Ricardo Bielschowsky lembrou que o consumo total chinês é 1/8 do consumo norte-americano, pelo que não dá para compensar o baixo crescimento dos Estados Unidos.
«Todos os países do mundo, também a Europa, têm que crescer muito calcados no seu mercado doméstico, através de uma política de aumento de salários que concorram para o crescimento da demanda do consumo interno».
Assim, «se todos tentarem crescer pela exportação, não vai ter produto suficiente, importação suficiente no mundo. É preciso que os países cresçam pelo mercado interno, tanto os países desenvolvidos, como os países em desenvolvimento».
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