O crédito às empresas é essencial para que as exportações continuem a crescer, numa altura em que o Estado não tem margem para aumentar os incentivos fiscais, disseram à Lusa o empresário Henrique Neto e o presidente da AICEP, Basílio Horta.
«As empresas exportadoras portuguesas não têm recursos financeiros próprios e estão a trabalhar no limite da rentabilidade. Se por qualquer razão o sistema financeiro reduzir o financiamento muitas vão à falência», disse Henrique Neto.
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Para o histórico socialista a liquidez é essencial quando a maioria das 18 mil empresas exportadoras são pequenas e médias empresas (PME) que estão «a lutar pela sobrevivência».
Também para o presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Basílio Horta, o «crédito» é um dos elementos estruturantes que pode ajudar as empresas a aumentar as exportações.
O Governo aprovou esta quarta-feira, em Conselho de Ministros, um programa Simplex para as empresas exportadoras, com novos incentivos e reforço das linhas de crédito.
«Corte no IRC é impossível»
Quanto aos incentivos fiscais, Basílio Horta lembra que «numa altura de controlo do défice orçamental, é preciso ter cuidado porque não podemos diminuir a receita fiscal».
Isto porque, neste momento, «não é possível aguentar» políticas fiscais como a redução de IRC.
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Ainda assim, Basílio Horta tem uma posição mais optimista, recordando que Portugal tem feito grandes progressos no sector exportador: «Este ano, 2,7% do crescimento do PIB deve-se às exportações. Se a construção civil e as obras públicas não tivessem tido um desempenho negativo, embora atenuado, nós teríamos até agora um crescimento superior a 2,5% e isto assenta obviamente nas exportações».
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