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Fitch corta «rating» de Portugal para «BBB-»

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Falta apenas um passo para a nota da República nacional ser considerada «lixo». Fitch deixa recado: «Peçam ajuda»

Bastou apenas um dia para a Fitch passar das palavras aos actos: a agência cortou esta sexta-feira o rating de Portugal em três níveis, de «A-» para «BBB-», ficando assim apenas a um nível de distância da classificação de «lixo».

A casa de notação financeira colocou ainda a nota de Portugal em vigilância negativa, deixando antever uma nova revisão em baixa num futuro próximo.

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Uma coisa é certa, para a Fitch só há um caminho para Portugal: pedir ajuda externa à União Europeia/FMI. Esta é a única saída para o país «restaurar a credibilidade dos mercados internacionais na sua capacidade de consolidação das contas públicas e do seu esforço na reforma económica», como justificou o director do departamento de rating, Douglas Renwick, citado pela Reuters.

«A iminência de um pedido de ajuda externa foi o gatilho» para o corte «severo» da notação, nas palavras de Douglas Renwick, um dia depois do Presidente da República ter convocado eleições antecipadas para 5 de Junho. Um momento que, para a agência de notação financeira, tornou ainda mais «provável» a necessidade a um resgate financeiro.

Também a revisão em alta do défice de 2010, para 8,6% do PIB, divulgada ontem pelo INE, agravou a fragilidade da imagem de Portugal no exterior. A juntar está a rejeição do PEC 4, que colocou um ponto de interrogação ainda maior na capacidade de Portugal cumprir com as sua metas orçamentais de 2012 e 2013.

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Neste cenário, a Fitch considera que um pedido de resgate à UE/FMI - com o seu rigoroso pacote de medidas de controlo orçamental, necessário quando se pede ajuda financeira internacional - é o melhor caminho para Portugal restaurar a sustentabilidade da dívida a médio prazo.

A Fitch também cortou o rating da dívida a curto prazo, de «F2» para «F3».

Mas há mais: a casa de notação colocou o rating da República portuguesa em vigilância negativa deixa adivinhar um novo corte a «médio prazo». Para evitar este cenário, Portugal terá de solidificar a confiança na sua economia, com especial enfoque na necessidade de capital do sistema financeiro.

Este «Outlook» negativo também reflecte o risco de agravamento das condições macroeconómicas e dos riscos dos mercados financeiros nos próximos meses, que, para a Fitch, só serão aliviados com um resgate do FMI.

A Fitch junta-se assim à S&P que esta terça-feira cortou o rating da República também para «BBB-». Já na semana passada, as duas agências tinham revisto em baixa a nota de Portugal.

Contas feitas, Portugal fica abaixo da Irlanda, já resgatada pelo FMI, na avaliação da Fitch, só superado pela Grécia, cujo rating já é «lixo».

[Notícia actualizada]

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