O Conselho de Finanças Públicas deixou vários alertas ao país, numa altura em que continua a incerteza governativa. Teodora Cardoso, responsável da instituição, admite que há riscos de Portugal regressar a um novo resgate, caso a política de crescimento seja sustentada no aumento do consumo interno.
A presidente do organismo defende que apesar da medida ser boa a curto prazo, até porque gera emprego, acaba por engrossar a dívida e aumentar as importações.
“Ficamos expostos de novo à falta de confiança dos mercados, o que se traduz numa crise de financiamento”
Teodora Cardoso admite que “o risco é muito tentador”, mas lembra que Portugal já viveu esse cenário no ano 2000. Apesar de se escusar a fazer qualquer análise política, está implícito o recado, nomeadamente ao PS e à coligação, que continuam em negociações.
É que quer no caso do PS, que defende o aumento do consumo interno como alavanca de crescimento, como no caso da coligação, que prometeu devolução dos salários da Função Pública e redução progressiva da sobretaxa de IRS, são medidas que levariam precisamente ao cenário que o Conselho das Finanças Públicas diz querer evitar: o descontrolo das contas.
No relatório 'Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2015-2019', que atualiza a edição divulgada em março, o CFP prevê que o Produto Interno Bruto cresça 1,7% em 2015 (ligeiramente acima dos 1,6% previstos em março), mas espera agora um crescimento inferior da economia portuguesa entre 2016 e 2019.
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