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FMI: aquece debate sobre sucessor de Strauss-Kahn

Quem deverá substituir o director-geral do FMI?

Já começou a discussão sobre o potencial sucessor do director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, detido por agressão sexual. As chamadas economias emergentes questionam a tradição da liderança ser assumida por um europeu.

Culpado ou inocente das acusações que levaram o Tribunal Criminal de Manhattan a decretar a prisão preventiva, parece ser consensual que o FMI precisa de um novo director, ainda para mais quando o substituto interino, John Lipsky, sai em Agosto.

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O ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, defendeu que a sucessão à frente da organização internacional deve ser «baseada no mérito» e que «devem ser considerados os candidatos dos países emergentes».

Também a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Jiang Yu, apelou a um processo de substituição «justo e transparente» com o objectivo de «encontrar a melhor pessoa para o cargo».

O ex-governador do Banco do Canadá, David Dodge, considerou que «seria bom que fosse alguém que tivesse ligações profundas a um dos principais países dos mercados emergentes».

Europa quer continuar à frente

A Europa não quer abrir mão da chefia do FMI, que assume desde a criação da instituição após o fim da II Guerra Mundial, ao mesmo tempo que o Banco Mundial é encabeçado por um americano.

A chanceler alemã, Angela Merkel, entende existirem «boas razões» para a Europa manter o lugar à frente do FMI, tendo em conta a situação crítica que atravessam países da Zona Euro como a Grécia, Irlanda e Portugal.

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Também o ministro das Finanças belga, Didier Reynders, disse que a Europa e os EUA devem manter o entendimento de dividir a liderança do FMI e do Banco Mundial.

Apesar de considerar a discussão prematura, a ministra das Finanças de Espanha, Elena Salgado, defendeu a continuidade do Velho Continente na liderança do FMI. «A Europa tem todo o direito de manter a direcção do fundo, uma vez que é o maior contribuinte».

Por cá, o ex-ministro das Finanças, Miguel Beleza, desvaloriza a discussão sobre a nacionalidade do futuro director-geral da instituição. «É preferível que seja um candidato capaz independentemente da nacionalidade», mas não ficaria «particularmente desapontado se fosse um bom candidato que não fosse europeu».

Certo é que «tem que ser um indivíduo que perceba das questões e com autoridade pelo currículo que tenha». O perfil de Strauss-Kahn «é excelente com a excepção que agora voltou a vir à luz do dia». «Uma pessoa com experiência política, com peso na cena internacional, com competência sobre os assuntos e, ainda por cima, com uma visão muito positiva da zona euro. Não será o único. Esperemos que se consiga arranjar outro». Mas o facto é que «nestas coisas a tradição tem algum peso».

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Já o economista Manuel Pinho não tem dúvidas de que, «mais tarde ou mais cedo», o FMI vai ser liderado «por alguém de fora da Europa e dos EUA e «é natural que as economias emergentes façam pressão» (com destaque para o poder da China, Índia ou Brasil), «porque o equilíbrio do mundo mudou, mas se o actual diretor sair, sai numa altura em que as questões europeias têm uma grande centralidade, por isso creio que desta vez era bom arranjar um diretor-geral europeu», disse à Lusa o ex-ministro da Economia, que entre 1983 e 1986 foi economista da instituição financeira internacional.

Ainda antes da prisão do director-geral do FMI era esperado que deixasse o cargo no final do ano para avançar com a candidatura às presidencias em França, em 2012.

Entretanto, começaram a circular uma série de potenciais substitutos: a ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, o ex-primeiro ministro britânico, Gordon Brown e o ex-presidente do Bundesbank, Axel Weber.

Entre os potenciais candidatos de um país emergente, estão o ex-ministro da Economia turco, o governador do banco central mexicano e o ex-ministro Finanças da África do Sul.

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