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661 mil famílias deixaram de pagar créditos à banca

Maioria do incumprimento acontece no crédito ao consumo. Mas é cada vez mais difícil ter dinheiro para pagar a casa

As famílias estão em clima de austeridade, falta dinheiro na carteira e, como consequência disso, as prestações à banca vão ficando por pagar. Os números são cada vez mais negros: já há quase 661 mil famílias em incumprimento, isto é, com pagamentos em atraso.

São 14,3% ou 660.762 dos particulares com empréstimos contraídos junto do sector financeiro (totalizam mais de 4.600 milhões) no segundo trimestre de 2011. Destes, 5,5% diziam respeito ao crédito à habitação - a mesma percentagem verificada entre Janeiro e Março; 15,9% estavam relacionados com o crédito ao consumo e outros fins, 0,2 pontos percentuais acima dos números do primeiro trimestre.

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Ora, esmiuçando as estatísticas do Banco de Portugal sobre o período entre Abril e Junho deste ano, percebemos que a maioria do malparado diz respeito ao consumo (cerca de 525 mil), em que as taxas de juro cobradas pelos bancos são mais altas.

Os portugueses podem até de deixar de pagar o carro ou os electrodomésticos comprados a crédito, mas esforçam-se por continuar a pagar a casa.

O cenário vai, no entanto, mudando a pouco e pouco de figura. Sem terem como esticar a corda, 135.890 famílias deixaram também de pagar a prestação da casa.

Entre as empresas, a crise teima igualmente em não dar tréguas: 22,6% não pagam os seus créditos a tempo, quase mais 1% do que as companhias em incumprimento no primeiro trimestre.

Crédito em agonia crescente

A torneira do crédito lá se vai fechando, progressivamente, com pouco mais de 154 mil milhões de euros de empréstimos concedidos no segundo trimestre às famílias, um valor quase 1,5 mil milhões inferior ao balanço dos três primeiros meses do ano.

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O mesmo acontece com as empresas. Há uma travagem na concessão de crédito, espelhada na redução de 119,5 mil milhões de euros concedidos em empréstimos a sociedades não financeiras para um total de 119,2 mil milhões.

Já a partir de Setembro, famílias e empresas portuguesas podem contar com mais dificuldades na obtenção de empréstimos. A troika vai examinar à lupa os créditos a que a banca deu luz verde.

Apesar dos níveis de endividamento crescente, a verdade é que há famílias portuguesas que ainda conseguem poupar. Os valores aplicados em depósitos aumentaram em Junho.

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