A directora-geral da associação de empresas de distribuição sublinhou que a eventual reclassificação dos produtos para a taxa de IVA a 23 por cento vai influenciar «negativamente o sector» e que pode até levar à perda de receita fiscal.
«A reclassificação dos produtos para 23 por cento preocupa-nos muitíssimo porque os consumidores estão a transferir parte significativa dos seus recursos para a consolidação das contas públicas, o que tem impactos imediatos no consumo e é mais um fator que vai influenciar negativamente o sector», afirmou Ana Isabel Trigo de Morais.
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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelhos, admitiu na terça-feira eliminar a taxa intermédia do IVA e reiterou que o Governo vai fazer uma reclassificação de bens, serviços e produtos que hoje estão taxados à taxa intermédia ou reduzida.
Ana Isabel Trigo de Morais, que falava após a apresentação do ranking da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), pediu «muita cautela e rigor ao Governo» na reclassificação dos produtos da taxa intermédia de 13 por cento para a taxa normal de 23 por cento, «sob pena de, em vez de se obter um ganho fiscal, se ter uma perda de receita fiscal».
Isto porque, salientou, é preciso introduzir a componente da quebra do consumo, sobretudo no sector alimentar e das bebidas.
«O que apelamos ao Governo é que faça muito cuidadosamente a análise da quebra do consumo», declarou a directora-geral da APED, lembrando que o consumo já está a cair expressivamente.
Sobre a redução da Taxa Social Única (TSU), Ana Isabel Trigo de Morais disse apenas que «é importante olhar para a parte da economia e para os instrumentos que a possam fazer crescer».
A directora-geral da APED sublinhou também que, neste momento, os consumidores já demonstram não uma sensibilidade, mas uma hipersensibilidade ao factor preço, optando por adquirir produtos mais baratos.
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