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Alta de impostos em 2011 causa corrida aos carros novos e ao abate

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Profissionais do ramo não sabem ainda ao certo quanto vão subir os preços, mas aumentos podem chegar aos 5,5%

A certeza de que os carros vão ficar mais caros, já a partir de 1 de Janeiro de 2011, está a fazer disparar as vendas nesta época de final do ano, avança o «Jornal de Notícias» este domingo. Há em muitos casos uma corrida aos stands, para comprar antecipadamente e evitar aumentos que podem chegar a 5,4%.

Nesta altura não é ainda possível quantificar com rigor o aumento, pois as principais marcas não divulgam as suas tabelas e, como ainda não foram publicadas em Diário da República as alterações ao ISV resultantes do Orçamento do Estado, os novos valores não podem, sequer, ser considerados definitivos.

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Mesmo assim, face à certeza da subida, a procura tem continuado a crescer e Novembro fechou com um total 19,2% superior, na comparação homóloga.

«Os números de Novembro são claros e, embora não se tenha feito ainda a contabilidade de Dezembro, continua a notar-se um aumento da procura», revela Ricardo Oliveira, responsável da Renault, a marca líder de vendas em Portugal. «Não restam dúvidas que os nossos concessionários estão a ter grande afluência e estamos convencidos de que é motivada essencialmente pelo fim dos incentivos ao abate», acrescentou, ao «JN».

Mostrando uma posição que deverá ser seguida pela maioria das restantes marcas, aquele responsável revelou que, além do fim dos incentivos há que contar com um aumento de preços: «Não vamos absorver o aumento do IVA. Está fora de questão. Quanto ao ISV, é prematuro estar a falar nos aumentos. Alguns modelos serão afectados, outros não. Mas ainda nada foi publicado em Diário da República, pelo que as nossas tabelas de preços têm de manter-se na gaveta».

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António Coutinho, presidente da administração da MCoutinho, que representa 19 marcas e tem 65 stands de portas abertas, vai mais longe: «Na verdade, espera-se um aumento médio do ISV da ordem dos 2,6%. Com a nova taxa de IVA a incidir sobre o preço base e também sobre o imposto, estima-se que alguns modelos possam vir a ter aumentos de preço de 5,4%».

«Sem dúvida que a partir do momento em que foi divulgado o Orçamento do Estado, sentiu-se uma corrida aos automóveis. Há uma antecipação clara das compras por parte dos clientes», garante, citado pelo «JN».

Última oportunidade para beneficiar do abate

Também a Lusa escreve hoje sobre o tema e diz que o número de automóveis mais velhos entregues para abate deverá atingir um recorde em Dezembro, citando a Valorcar. É que esta é a última oportunidade dos proprietários para beneficiarem do incentivo fiscal ao abate. Já em 2011, a quebra deverá ser «substancial».

Até final de Novembro a Valorcar, entidade responsável pela organização de uma rede de 70 centros de abate de veículos em final de vida, tinha recolhido 67.500 automóveis, um comportamento na mesma linha daquele registado em igual período de 2009. Novembro foi o melhor mês do ano, com 9350 veículos recebidos.

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«O número de veículos abatidos este ano é muito semelhante ao que se verificou em 2009. No ano passado abatemos 82 mil veículos e este ano pensamos que teremos um número muito semelhante ou talvez um bocadinho aquém», disse o director-geral da Valorcar, Ricardo Furtado.

O programa do incentivo fiscal à destruição de automóveis ligeiros em fim de vida foi criado em 2000 e possibilita uma redução do Imposto sobre Veículos (ISV) na compra de um veículo novo cujo nível de dióxido de carbono não ultrapasse os 130 gramas por quilómetro e se for entregue um carro com determinados requisitos, como ter mais de 10 anos.

Os números provisórios «apontam para que venhamos a ter o melhor mês de sempre em Dezembro. Temos vindo a assistir a uma grande afluência aos centros de abate de pessoas que querem beneficiar do programa», avançou Ricardo Furtado. Já o próximo ano deverá trazer uma nova realidade, pois, com o final do programa de incentivo ao abate, é esperada «uma quebra substancial no número de veículos em fim de vida entregues», como reconhece o responsável.

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