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Cartões: comércio nacional paga o triplo da Europa

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Operação a débito é três vezes mais alta do que a média europeia

Quando usamos o cartão de débito e crédito, os comerciantes portugueses pagam o triplo ou o dobro, respetivamente, em relação aos seus parceiros europeus.

As taxas de cartões de pagamento cobradas em Portugal pelas transações a débito e crédito são das mais caras da Europa, apresentando mesmo o valor mais elevado num conjunto de 13 países europeus, segundo revela um estudo da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) a que a Agência Financeira teve acesso.

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As taxas pagas pelos comerciantes são três vezes superiores à média europeia nas operações a débito e custam o dobro nas vendas a crédito.

Os valores, impostos aos retalhistas, estão a penalizar fortemente as empresas portuguesas, num país onde 70% das transações são feitas com cartões de pagamento.

Em quatro anos, de 2007 a 2010, o valor pago pelos associados da APED em taxas de serviço ao comerciante ascendeu aos 318 milhões de euros.

As taxas pagas pelos comerciantes são ainda muito superiores às que a própria VISA aplica às transações

noutros países.

Para Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED, «os montantes pagos pelas empresas portuguesas, muito superiores à média europeia, traduzem para os comerciantes nacionais custos acrescidos que prejudicam a sua competitividade e rentabilidade, situação que está a agravar-se no atual contexto de crise económica».

A associação reclama, por isso, a redução das taxas para «níveis comparáveis com as médias europeias», o estabelecimento de tetos nas transações nacionais, «no mínimo equivalentes às fixadas pela Visa para transações intraeuropeias» e a «possibilidade» dos seus associados poderem efetuar operações de pagamentos transfronteiriças de forma a «usufruir das taxas existentes nos restantes países europeus».

A responsável sublinhou depois aos jornalistas, segundo a Lusa, que «Portugal vive, neste momento, uma quebra de consumo expressiva. Essa quebra de consumo regista-se já no setor alimentar e no não alimentar. Têm-se vindo a agravar essas quebras de consumo, pois as famílias portuguesas estão já a ter dificuldades em manter o seu nível de rendimento e, logo, de consumo até para os bens essenciais».

Este custo que os retalhistas suportam é «mais um custo que está a criar dificuldades ao setor, juntamente com muitos outros» e não deve servir para financiar «todo o sistema e estrutura dos cartões, entre os quais a banca».

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