O vice-presidente do BCP Paulo Macedo está convencido que o Governo conseguirá alcançar as metas do défice público definidas para este ano e para o próximo, mas não excluiu mais alterações aos impostos.
Admitindo que «não temos mais capacidade para aumentar impostos», Paulo Macedo sublinhou que «algumas medidas como uma taxa única no IMI e no IVA ou uma redução de isenções seriam possibilidades a explorar».
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«Muitas das isenções sobre o IMI já não fazem sentido».
«O défice de hoje são os impostos de amanhã», alertou o antigo director-geral dos Impostos, numa conferência sobre Finanças Públicas.
Já sobre a execução orçamental, Paulo Macedo realçou que os investidores internacionais vão seguir atentamente Portugal.
«Se a execução orçamental for positiva, isto é, se Portugal cumprir o Orçamento do Estado conseguindo atenuar as medidas recessivas, designadamente através de uma procura externa, claramente isso vai espoletar um comportamento positivo nas expectativas do mercado», considerou o banqueiro.
«As pessoas primeiro queriam ver o que acontecia em termos de medidas orçamentais, mas agora querem uma segunda coisa, a execução dessas medidas orçamentais e ver como é que Portugal vai compatibilizar isso com o crescimento económico», afirmou Paulo Macedo.
Segundo o responsável, «as receitas adicionais que tiveram que ser criadas só poderão desaparecer quando houver, de facto, uma consolidação orçamental. Não vale a pena pensar que este tipo de receitas se poderá manter apenas por um ou dois anos se, em termos gerais, não houver uma consolidação orçamental».
O Governo estipulou que as metas do défice são de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e 4,6% do PIB em 2011.
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