Já fez LIKE no TVI Notícias?

«Com subida de juros, financiamento do FMI seria mais barato»

Relacionados

Analistas dizem que se Portugal continuar a ter de suportar juros tão elevados «impõe-se pedir dinheiro a quem nos empresta mais barato»

A subida dos juros exigidos pelos investidores no mercado secundário leva os analistas a defenderem que Portugal deve ponderar o recurso à UE e ao FMI, onde o preço do dinheiro ficaria mais barato.

Desde sexta-feira que os juros da dívida soberana portuguesa a 10 anos voltaram a bater máximos históricos no mercado secundário, ao negociarem acima dos 7%, ainda que tenham invertido a tendência ao final da manhã depois de ter sido noticiado que o Banco Central Europeu (BCE) comprou dívida portuguesa no mercado secundário.

PUB

Para Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa, se Portugal continuar a ter de suportar juros tão elevados «impõe-se pedir dinheiro a quem nos empresta mais barato».

A alternativa seria o recurso ao financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) através do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que nos empréstimos concedidos à Grécia e à Irlanda cobrou juros de 5,2 e 5,8%, respectivamente.

Segundo o analista, Portugal não deve continuar a adiar o problema, já que os esforços que estão a ser feitos no sentido da «redução do défice» podem vir a ser «anulados pelos juros que estamos pagar».

Grande teste do ano é já quarta-feira

O teste à capacidade de Portugal se financiar externamente sem ajuda acontece esta quarta-feira, quando o Tesouro emitir as primeiras obrigações do ano, em dois leilões com um montante indicativo global até 1.250 milhões de euros.

«Se nessa emissão não houver procura ou se os juros exigidos forem demasiado elevados, poderá fazer sentido recorrer aos mecanismos que a União Europeia põe ao dispor», considerou também Ricardo Marques, da IMF - Informação de Mercados Financeiros, para quem esta solução ainda não terá sido usada por uma «questão política e de imagem».

PUB

A subida dos juros exigidos pelos investidores para comprar obrigações a 10 anos de Portugal no mercado secundário é, para Filipe Silva, o resultado do «desinvestimento do mercado obrigacionista para o accionista» mas sobretudo da percepção do risco de Portugal, que leva os investidores a optarem por vender os títulos que detêm.

A falta de «sinais de confiança» no cumprimento das metas orçamentais é uma das razões apontadas para o risco que os mercados atribuem a Portugal.

«Termos notícias de que se baixam salários e ao mesmo tempo haver aumento de promoções na segurança social também nos prejudica do ponto de vista de quem olha de fora», exemplificou.

Questionados sobre como se poderão comportar nos próximos dias as taxas de juro da dívida portuguesa a longo prazo, ambos os analistas consideraram «uma incógnita» devido à «volatilidade» que têm registado.

PUB

Relacionados

Últimas