O eurodeputado socialista, Vital Moreira, disse esta quarta-feira acreditar que Portugal será capaz de vencer a «guerra» contra os especuladores e que «os especuladores nem sempre ganham» e, por vezes, partem os dentes. «Espero que desta vez os partam», disse.
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Vital Moreira, que foi o cabeça de lista do PS às eleições europeias do ano passado, adiantou que a decisão da agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) de baixar o «rating» da dívida pública portuguesa só vem demonstrar a «irracionalidade» da situação, até porque não existe qualquer razão válida para que tal aconteça.
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Para o eurodeputado, Portugal é «claramente» o novo alvo dos ataques dos especuladores, pelo que é necessária uma posição firme do Governo, com o apoio da oposição, no sentido de «dizer muito claramente aos especuladores que não nos vencerão».
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Vital Moreira afirmou por isso ter ficado agradado com o discurso do novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que esta quarta-feira se reuniu com o primeiro-ministro José Sócrates para discutir a situação, já que mostra que «o principal partido da oposição» encara esta questão como «uma questão de Estado» e percebe que é a estabilidade da economia portuguesa que está em causa, escreve a Lusa.
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Considerando que o Governo está a tomar as medidas que se exigem, designadamente ao antecipar desde já medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), Vital Moreira lamentou todavia a forma «passiva» como a União Europeia tem lidado com a situação.
«Rating devia ser o mesmo para toda a Zona Euro»
Também o presidente do Conselho Económico e Social (CES) defendeu que devia haver «uma entidade única a emitir dívida pública e um rating para todos os estados membros da Zona Euro que, caso contrário, corre o risco de desintegração».
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«A questão não é portuguesa, é europeia», afirmou José Silva Peneda, que adiantou que «faz todo o sentido na Zona Euro haver uma única entidade a emitir dívida pública, em que o rating seria o mesmo para todos [os Estados membros]».
O presidente do CES critica a inexistência de «uma política económica para a Zona Euro», considerando que «o pior é não estar previsto nenhum mecanismo para o caso de haver uma crise nem um fundo para responder a essa eventualidade».
Já o presidente da Euronext Lisbon, Miguel Athayde Marques, admitiu que a situação portuguesa tem «contornos preocupantes», mas considerou um «grande exagero» a análise da agência de notação financeira Standard & Poor`s (S&P).
«Na minha opinião há, de facto, um grande exagero na análise que a S&P fez da situação da República Portuguesa, não porque esta não seja preocupante, mas porque toda a Europa está a sofrer do apoio que foi dado às economias no período de crise que vivíamos há 18 meses atrás», disse Athayde Marques, citado pela Lusa.
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