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Agricultura: diagnóstico de um setor que precisa de jovens

Só 2% dos produtores são jovens e mais de metade têm mais de 65 anos

Adesão «enorme», «brutal». O Governo está satisfeito com a caminhada que os jovens estão a fazer em direção ao setor agrícola, que carece de uma mudança de paradigma.

«Em Portugal, 2% dos produtores são jovens e acima de metade têm mais de 65 anos e muitos com formação abaixo do ensino básico. Na União Europeia, a média anda à volta de 6%. Se na UE a média é baixa, em Portugal é ainda mais baixa. É uma razão pela qual pusemos foco em que todo o tipo de política pública dê sempre prioridade ou concentre apoios para jovens, para fazer um contraciclo desta tendência», disse, em entrevista à tvi24.pt o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.

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No âmbito do Proder, já foram aprovados, desde 2007 - sendo que «o programa teve um atraso enorme e só começou a funcionar em 2010» - mais de 7.200 novos projetos de jovens agricultores (prémio + investimento), aos quais foi atribuído um apoio superior a 460 milhões de euros, alavancando um investimento total acima de 800 milhões, correspondentes à instalação de 5.500 jovens agricultores, segundo a informação do ministério.

Só no ano passado, registaram-se 3.374 candidaturas entradas válidas, sendo que foram aprovadas 2.025, envolvendo um investimento de 373 milhões de euros e 206 milhões de euros de apoio PRODER. A média foi de 280 candidaturas por mês.

O Governo constata que há cada vez mais licenciados, com formação na área ou outra, a apostar no setor. «Ainda no outro dia assinei um contrato de terrenos do Estado a seis agricultores. Um deles era engenheiro civil, tinha 34 anos e passou agora para a agicultura».

Foi necessário efetuar uma reprogramação, «para retirar verbas de algumas medidas que não estavam nem iam utilizar toda a sua verba para outras que estavam a ter mais adesão». Assim, o foco passou a ser «o investimento, os jovens e medidas agro-ambientais, pela sustentabilidade».

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Depois, «passámos a abrir medidas em contínuo, sem ser por concurso e isso veio trazer muito mais regularidade e previsibilidade aos agricultores. Sabem que se podem candidatar e não andam neste stress de saber que só têm duas semanas para o fazer».

Em terceiro lugar, aquilo que designa por «limpeza». «Houve projetos que se candidataram a apoios e foram aprovados, mas depois não foi executados. Ao fim de um certo período (três a seis meses) fechamos o projeto e utilizamos essas verbas para dar continuidade às medidas que estão a funcionar. O empresário pode sempre candidatar-se a seguir, mas isto evita imobilismos e ineficiências do programa».

Segundo o secretário de Estado, essas três mudanças fizeram com que houvesse «uma completa e brutal adesão dos jovens agricultores ao programa. É impressionante». Sangue novo, com mais formação e que quer explorar outros produtos, que não os clássicos, «muito focado para a exportação. E isso é importante, porque ajuda o país».

No que toca a produtos alimentares e bebidas, as exportações aumentaram 13% entre junho e agosto, 7,9% entre julho e setembro e 3,8% entre setembro e novembro do ano passado.

O Governo não tem metas concretas para o aumento do emprego no setor. Diz apenas que «o objetivo é claramente subir os 2% de jovens agricultores que existem neste momento». Em Portugal, 15% da população é empregue no setor agrícola. Há margem para mais e para mais empresários do setor que, ao serem-no, empregam mais pessoas.

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