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Ganhar dinheiro na agricultura: «Temos de evitar os extremos»

Para aumentar o rendimento será preciso melhorar o equilíbrio nos apoios e tornar agricultores competitivos, defende Governo

Num universo acima dos 297 mil produtores singulares, há oito mil que recebem menos de 310 euros por mês em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. «Temos de evitar os extremos e vamos ter de trabalhar nos extremos», defende o Governo.

«Temos que ver que nas várias agriculturas de todo o mundo há sempre agricultores que têm uma grande percentagem da área e da produção. Um fenómeno que continuará a existir, que tem a ver com a natureza geográfica e aseconomias de escala. Temos que evitar, quando temos 20% dos produtores com 80% da produção, 80% da área, maior rendimento ou 80% dos apoios. Temos de evitar os extremos e vamos ter de trabalhar nos extremos», disse, em entrevista à tvi24.pt o secretário de Estado da Agricultura.

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A Política Agrícola Comum (PAC) prevê a simplificação de apoios ao nível dos produtores - um «envelope» para pequenos produtores «com muito menos exigências burocráticas», segundo José Diogo Albuquerque.

A União Europeia está ainda a propor «apoios uniformes para todos os produtores, por hectar, mas temos chamado atenção para as diferenças que existem na heterogeneidade da nossa agricultura. A convergência tem de ser moderada».

O que o Governo defende é que «a solução para pequenos produtores passa por organizações de produtores eficientes». A Adega Cooperativa de Vila Real é exemplo disso.

«Tem 1.000 socios, 1.700 hectares - 1,7 hectares por produtor, o que é pequeno, mas está a conseguir exportar toda a sua produção ou a maior parte. As dívidas que tinha no passado estão saneadas e está a investir através do Proder na modernização da sua adega. Está com muito boa performance».

Ora, «se queremos que o rendimento agrícola aumente, tem de passar por aí. Temos que olhar por um lado para a compensação ao rendimento e melhor equilibrio nos apoios e, por outro lado, medidas estruturais que tornam esses agricultores possivelmente competitivos».

À tvi24.pt, a Confederação Nacional de Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural também fez notar que a população decidada à agricultura é maioritariamente envelhecida e que muitos estão já reformados, pelo que o que ganham com a agricultura é um complemento à reforma.

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