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O dia-a-dia do jovem agricultor mais inovador da Europa

É português e produz morangos. Apostou na agricultura, vindo de uma área completamente diferente

Estava em Lisboa a trabalhar há mais de três anos na área da esterilização de produtos médicos. Quis mudar de vida e voltou a Vila Nova de Famalicão, terra natal, para retomar os estudos de Gestão de Marketing e, nessa altura, decidiu montar umas estufas nos terrenos da família. Depois de investigar o que poderia produzir ali, chegou ao morango. E foi o morango que até já lhe deu um prémio.

José Carvalho recebeu a distinção de «Projeto Mais Inovador da Europa», do Concurso de Jovens Agricultores, promovido no âmbito do 1º Congresso Europeu de Jovens Agricultores, em dezembro do ano passado. O seu projeto chama-se Hortivolátil.

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A técnica maravilha

«Encontrámos uma técnica inovadora em Espanha e resolvemos apostar - a hidroponia suspensa. A hidroponia já existia em Portugal, mas a inovação aqui é nas calhas suspensas oscilantes, que permitem uma total ocupação do espaço em relação à cultura tradicional». Para se ter uma ideia da proporção: 200 mil vs. 60 mil morangos.

Ganhar escala

José Carvalho está a tentar «contagiar» outros jovens agricultores do Norte. Ambiciona que se agrupem para «apostar na exportação». Neste momento, a sua empresa está virada apenas para o mercado interno. «Forneço grandes superfícies em Portugal». Mas quer mais e quer que outros se juntem a ele.

Da ideia - passando pela burocracia - à concretização

O projeto contou com uma candidatura ao Proder em 2008 e demorou quase um ano e meio a ser aprovado. A construção da infraestrutura foi feita durante 2011. A primeira colheita aconteceu já em março de 2012.

O investimento, inicialmente previsto de 420 mil euros, acabou por derrapar para os 500 mil, com os investimentos na área da certificação, entre outros. Contou com 190 mil euros do Proder, com recursos próprios e com o apoio da banca. Este jovem agricultor espera ter o retorno do investimento dentro de quatro anos.

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José Carvalho entende que «há alguma burocracia» para se ser agricultor em Portugal. A demora no processo revela isso mesmo, bem como «as dificuldades no acesso ao crédito».

Mas, no fim de contas, conseguiu. E está feliz. Quisemos saber como é o seu dia-a-dia. «Meti-me neste projeto para ser agricultor, mas neste momento sou mais em part-time porque tenho de tratar de tudo o resto».

A sua equipa, a tempo inteiro, conta só com ele e com outra pessoa. Na altura das plantações e das colheitas há mais sete pessoas a arregaçar as mangas. «É sazonal, mas a verdade é que no verão vêm quase todos os dias».

José Carvalho faz tudo. «Estou a tempo inteiro. Tenho a meu cargo a gestão das culturas, a plantação é faseada para que possamos ter colheira todo o ano, giro todo o processo nutricional, organizo colheitas e lido com a parte comercial, com os clientes».

É mais do que um agricultor. É um agricultor-empresário-multi-funções.

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