O número de pedidos de ajuda à Deco por parte de famílias sobre-endividadas aumentou entre janeiro e outubro deste ano para 26.180, um problema que afeta cada vez mais pessoas divorciadas e viúvas.
Segundo dados da Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor divulgados a propósito do Dia Mundial da Poupança, que se assinala esta quarta-feira, 31 de outubro, o número de pedidos de ajuda ao Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) em todo o ano de 2017 tinha sido menor do que em 2016, mas entre janeiro e outubro deste ano já houve mais uma centena do que em período homólogo do ano passado.
PUB
São já quase metade (47%) os casos em que o pedido de ajuda vem de um agregado familiar de apenas um elemento, pessoas divorciadas ou viúvas.
Causas de sobre-endividamentoGanham agora terreno situações como pequenos investimentos mal sucedidos (6%) - muitas pessoas tomaram a iniciativa de criar o próprio posto de trabalho quando se viram uma situação de desemprego -, o apoio aos ascendentes (5%) e a passagem à reforma (2%).
A principal causa continua a ser o desemprego, que apesar de tudo baixou de 30,1% para 20%, seguido da deterioração das condições de trabalho (19%), da doença/incapacidade (15%) e da alteração do agregado familiar e o divórcio/separação (ambos com 10%).
Outra alteração que a Deco tem notado nas famílias que lhe pedem ajuda e que tem que ver com a dimensão do agregado familiar. Atualmente, 47% dos casos são de um único elemento do agregado familar, decorrente de situações de divórcio ou viuvez, por exemplo.
PUB
Outra das alterações é o aumento da taxa de esforço que as prestações mensais representam no rendimento das famílias, que já tinha manifestado uma tendência crescente no ano passado -- passando de 67% para 70% - e que este ano voltou a aumentar, chegando aos 72%.
Apesar dos dados negativos, a Deco realça um ponto positivo detetado no relatório, que mostra uma redução (de 55% para 49%) do crédito em incumprimento e uma subida (de 45% para 51%) do crédito regularizado. Isto quer dizer que as famílias estão a pedir ajuda numa fase ainda não tão crítica, em que é possível dar a volta ao problema.
Os dados da Associação indicam que os pedidos de ajuda vêm sobretudo de pessoas do setor privado (43%), desempregadas (20%).
Dos pedidos de ajuda recebidos, foram abertos, entre janeiro e outubro deste ano, 2.077 processos de sobre-endividamento, um pouco mais do que no mesmo período do ano passado (2.001).
As famílias acompanhadas pela Deco têm uma média de cinco créditos, o montante médio do crédito à habitação é de 85.000 euros, o montante médio dos créditos pessoais é 16.500 euros e o valor total dos cartões de crédito chega aos 7.500 euros.
PUB