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O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, considera que a decisão do governo grego de organizar um referendo à proposta dos credores “fecha a porta” às negociações que ainda decorrem.
À entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Dijssebloem lamentou que o governo grego tenha rejeitado as últimas propostas da instituição sobre a mesa e tenha convocado uma consulta popular, "mais uma vez com uma recomendação negativa".
Visivelmente zangado, o presidente do Eurogrupo confessou-se "muito negativamente surpreendido" com o anúncio do referendo, considerando que se trata de "uma decisão muito lamentável", e que há agora que discutir "futuras consequências".
Dijssebloem sublinhou que a porta de um acordo, do lado europeu, "ainda estava aberta".
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Também o comissário europeu Pierre Moscovici destacou que a situação está agora "mais difícil".
Vem aí o plano B?O ministro da Economia espanholLuis de Guindos apontou que o Eurogrupo "queria continuar a falar com o governo grego" e "tudo estava em aberto, mas agora tudo se complicou".
"O referendo é uma decisão legítima em democracia. Mas tem consequências", que neste caso é o de "romper as negociações" que ainda estavam em curso "e tornar a vida mais difícil para todos".
À chegada à reunião do Eurogrupo, Alexander Stubb disse aos jornalistas por duas vezes que se sente "bastante triste" com a decisão do Governo grego de convocar um referendo às propostas dos credores e considerou que, pelo modo como a situação da Grécia está a evoluir, poderá tornar-se o cenário central da zona euro a gestão de um incumprimento grego e mesmo a saída da zona euro.
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"O Plano B pode tornar-se no plano A", afirmou o ministro das Finanças finlandês.
Já o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse que o Governo grego "pôs fim às negociações unilateralmente" com os credores ao convocar um referendo e que há que esperar para ver as consequências.
"Estávamos a negociar uma posição comum entre o Eurogrupo e a Grécia, mas o executivo grego pôs fim às negociações unilateralmente. Agora temos de ver as consequências".
Também este sábado, o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, tinha considerado que o referendo na Grécia, marcado para 5 de julho, “pode fazer sentido".
O exemplo portuguêsA diretora-geral do Fundo Monetário Internacional"Sempre mostrámos flexibilidade para lidar com a nova situação económica e politica na Grécia. O objetivo do que estamos a fazer, todos juntos, é restaurar a estabilidade da economia na Grécia, a sua independência financeira, como foi o caso na Irlanda e em Portugal, por exemplo".
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