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Sócrates anuncia mais apoio às exportadoras e 50 mil estágios

Governo «apoia empresas, mas elas sabem que há limitações em tempo de crise»

José Sócrates anunciou esta sexta-feira durante o debate quinzenal, que decorre no Parlamento, que o Governo vai avançar com medidas concretas que têm como objectivo ajudar a economia portuguesa a crescer. Entre as principais medidas estão o apoio às empresas exportadoras e 50 mil estágios para jovens, cujo lançamento já tinha sido anunciado em Dezembro, no âmbito de um pacote de 50 medidas para a competitividade e emprego.

Confrontado pelo líder do CDS-PP, Paulo Portas, sobre se o Governo está disponível para trabalhar um sistema em que as empresas que aumentem a sua capacidade exportadora e aquelas que contratem pessoal em determinada quantidade terão depois um apoio fiscal que sirva de incentivo para o investimento, o primeiro-ministro disse que apoia as empresas mas que elas sabem quais são as limitações em tempo de crise.

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«Estamos a fazer tudo o que é possível para que todos os programas do QREN sejam para dar suporte e incentivo às empresas. O sector sabe que estamos ao seu lado para apoiar dificuldades. Mas sabe que temos limitações».

Quais são elas? «Uma é que temos de melhorar as contas públicas. Esse é o melhor contributo que temos de dar ao crescimento. Se não melhorarmos é que não haverá crescimento e o sector não será melhorado».

José Sócrates disse que «existe já um crédito fiscal em investimento. Estamos muito disponíveis para ouvir e debater com empresas mecanismos novos e inovadores para que possamos a médio prazo ter compensação e incentivo em cima da mesa. As empresas sabem quais são limitações actuais».

O primeiro-ministro não deixou de criticar os economistas que previam números aquém dos alcançados no sector exportador e sublinhou que «chegámos ao final de 2010 com exportações a recuperar 15%. Esta é uma prioridade para economia».

O Governo foi ainda criticado pelo PCP por só pensar nas grandes empresas. «Há muitas pequenas e médias empresas no sector exportador. Eu estive com elas. O que nós precisamos é de boas empresas, sejam pequenas, médias ou grandes. O que eu não compreendo é a fixação contra as grandes. Eu gosto de todas as boas empresas», afirmou Sócrates.

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«Não percebo esse absurdo de que só nos devemos referir às pequenas e médias. As grandes têm grande importância para essas empresas. Muitas delas estão dependentes da força das maiores».

E a agricultura?

Paulo Portas quis ainda sublinhar a «desgraça da execução do PRODER» no anterior Governo, já que a «execução que verdadeiramente interessa nem sequer está a 28%, está a 18%, pouco mais de um quarto, quando já estamos a meio do programa».

Sócrates respondeu que «vamos continuar a trabalhar para que o progresso se desenvolva. O deputado já me disse que não tenho sensibilidade para a agricultura. Eu tenho a maior sensibilidade, sei da importância da agricultura para a economia portuguesa e sei de empresas que têm dado grande contributo. Elas sabem que as apoiamos».

O primeiro-ministro terminou a sua intervenção com uma crítica ao líder do CDS-PP: «Não é por usar chapelinho de agricultor ou casaquinho de agricultor que temos mais sensibilidade. Eu quero estar ao lado deles».

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[Notícia actualizada às 11h45 com mais informação]

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