Já fez LIKE no TVI Notícias?

Governo quer reavaliar todos os benefícios fiscais

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, diz que alterações, por princípio ou entram em vigor em julho ou a 1 de janeiro

O Governo quer reavaliar todos os benefícios fiscais atribuídos nos vários impostos, criando para o efeito um grupo de trabalho que enviará depois propostas ao parlamento, noticia hoje o jornal Público.

Em entrevista divulgada hoje pelo jornal, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, adianta que as “alterações que vierem a ser feitas não levarão a aumento ou descida de impostos”.

PUB

Vamos ter novidades muito em breve. Temos uma despesa associada aos benefícios fiscais muito elevada e nem sempre conseguimos refletir no relatório da despesa fiscal toda a [sua] magnitude. Faz sentido que se faça um estudo aprofundado relativamente a todos os benefícios, para que haja uma avaliação daquilo que deve ser a sua função dentro do sistema fiscal”, disse.

Questionado sobre a nomeação de “uma espécie de comissão para fazer o estudo” sobre a validade dos atuais benefícios fiscais, António Mendonça Mendes disse que vai acontecer “em breve”.

Este ano, temos duas grandes áreas em que estamos a trabalhar. Uma nos benefícios fiscais, precisamente porque temos este diagnóstico – há muitos benefícios fiscais, estão muito dispersos e o sistema não é compreensível para as pessoas. É preciso saber se a despesa associada está, ou não, a realizar a sua função”, salientou.

PUB

De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, a avaliação deve ser feita “não numa perspetiva de ganhar receita, mas de neutralidade fiscal”.

Questionado sobre o fim da isenção de IMI dos edifícios do Estado, que já tinha sido assumido pelo Governo, o secretário de Estado disse que o “assunto não está fechado” e que “ainda está em curso dentro do Governo”.

Temos o princípio de que as alterações ao nível fiscal ou entram em vigor em julho ou a 1 de janeiro”, disse.

Sobre a possibilidade de mais mudanças nas deduções do IRS, António Mendonça Mendes lembrou que “houve alterações cirúrgicas [este ano] relativamente ao arrendamento de estudantes e pouco mais”.

É um assunto que iremos acompanhar, mas com este ponto: não podem introduzir regressividades”, disse.

PUB

António Mendonça Mendes adiantou também que o Governo quer criar uma solução para os contribuintes negociarem antes de entrarem em conflito com o fisco.

Questionado sobre o que há para mudar na justiça tributária, o governante disse que os “meios de resolução dos litígios devem ser convocados – essa discussão não se reduz só à arbitragem”.

Antes do conflito, há todas as áreas do pré-conflito. Temos de identificar em que pontos a cadeia pode haver, e deve ser introduzido obrigatoriamente, esse diálogo conciliatório ou mediado, se for caso disso”, disse.

Em entrevista ao Público, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse também que “os contribuintes podem estar descansados com a informação guardada no fisco”, depois das falhas que omitiram dados sobre 10.000 milhões de euros de transferências para ‘offshores’.

António Mendonça Mendes tranquilizou os contribuintes, salientando que a informação recebido pela Autoridade Tributária está “bem segura”, acrescentando “esperar que o apagão não venha a repetir-se”.

No que diz respeito a novas regras de acesso às contas bancárias, o secretário de Estado diz que ainda estão “em stand-by”.

PUB

Últimas