Um conselheiro do banco central chinês considera «diminutas» as possibilidades de um europeu voltar a liderar o Fundo Monetário Internacional. Apesar disso, defende que a China não deve candidatar-se ao lugar.
«Apoiar um candidato chinês não é a melhor escolha para o país». O especialista Li Daokui prefere «uma personalidade de um país neutro e pequeno» que «estaria mais de acordo com os interesses do mundo, incluindo da China».
PUB
«Grandes países como a Índia e o Brasil têm demasiados interesses nacionais», justificou o conselheiro do banco central chinês, citado pelo jornal «China Daily».
Decisão nas mãos dos EUA
Representantes do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no FMI defenderam na terça-feira que a escolha do novo director da instituição «deve reflectir as mudanças na economia global e não se basear na nacionalidade», mas não avançaram com uma candidatura comum.
No dia seguinte, em Paris, a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, anunciou a candidatura ao cargo, que desde a fundação do FMI, há mais de meio século, é ocupado por um europeu.
A União Europeia já manifestou o apoio a Christine Lagarde e ela própria disse que espera «alcançar o mais largo consenso possível».
PUB
«Tudo depende dos Estados Unidos, que têm 16,8% dos votos», disse um perito do ministério chinês do Comércio, He Weiwen, citado hoje na imprensa oficial.
No conjunto, os BRICS têm 11% dos votos, percentagem que pode ser decisiva para viabilizar ou inviabilizar a eleição de Christine Largarde, que necessita de um consenso de 85%.
«Se os países desenvolvidos não respeitarem a opinião dos BRICS, muito provavelmente Lagarde não conseguirá os votos necessários», disse ao China Daily o economista Guo Tianyong, director do Centro de Investigação da Indústria Bancária da Universidade Central de Finanças e Economia.
Para os BRICS, «a escolha do director do FMI com base na nacionalidade mina a legitimidade da instituição».
Austrália na corrida?
Entretanto, há dois antigos membros do governo da Austrália que parecem estar interessados no lugar de Strauss-Kahn. São eles o antigo primeiro ministro australiano, Paul Keating, e o ex-secretário do Tesouro, Peter Costello. É o que diz a edição de hoje do «Sydney Morning Herald».
PUB
Paul Keating foi primeiro-ministro da Austrália entre 1991 a 1996 e Peter Costello foi Secretário do Tesouro entre 1996 e 2007, o mais longo mandato de um ministro das Finanças da Austrália, e também trabalhou para o FMI durante 12 anos.
A Austrália e África do Sul apelaram no domingo a uma alteração das regras para a nomeação do líder do FMI para que se passem a basear no mérito e não na nacionalidade.
O último director do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, demitiu-se na semana passada, depois de ter sido detido em Nova York por suspeita de agressão sexual a uma empregada de um hotel daquela cidade.
PUB