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Ministro admite que risco de recorrer à UE já é «elevado»

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O ministro das Finanças admite que é elevado o risco de Portugal recorrer ao fundo de estabilização do euro e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo em conta o crescente contágio sofrido por parte da Irlanda.

Em entrevista ao «Financial Times», Fernando Teixeira dos Santos considera que «o risco é elevado porque não enfrentamos apenas um problema nacional. Existem os problemas da Grécia, de Portugal e da Irlanda. Não é um problema só nosso».

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«Isto tem a ver com a Zona Euro e a sua estabilidade, e é por isso que o contágio, neste cenário, é mais provável», disse, acrescentando que «não é porque os mercados consideram que tenhamos situações semelhantes. Elas só são semelhantes no que diz respeito aos mercados mas, como disse, são muito diferentes».

O ministro afirmou ainda que «os mercados olham para estas economias como um conjunto porque estamos todos juntos na Zona Euro, mas provavelmente eles olhariam de maneiras diferentes se não estivéssemos na Zona Euro. Supondo que não estávamos na Zona Euro, o risco de contágio poderia ser mais baixo».

Na entrevista ao jornal britânico, Teixeira dos Santos insistiu que Portugal está a melhorar as suas finanças públicas, com o Orçamento do Estado para 2011 já aprovado na generalidade. O ministro voltou a comprometer-se com as metas de redução de défice, para 7,3% este ano e 4,6% no ano que vem.

O responsável pela pasta das Finanças admitiu que Portugal adiou as medidas de austeridade, por estar focado em estimular o crescimento económico.

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Custo médio do financiamento está nos 3,6%

Teixeira dos Santos aproveitou ainda a entrevista para deixar um recado às autoridades europeias, defendendo que as mesmas precisam de melhorar a sua comunicação com os mercados e investidores, para evitar «minar» o sentimento e espoletar vendas abruptas de dívida pública.

«As nossas propostas orçamentais foram bem recebidas pelos mercados mas depois as coisas mudaram por causa da incerteza em torno do mecanismo permanente para lidar com resgates», lembrou o ministro. Em causa estão as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, entretanto aplaudidas pela ministra francesa das Finanças, que defendem que os investidores devem assumir parte do risco e das perdas quando detiverem dívida pública de países que declarem bancarrota e recorram ao fundo de estabilização.

«É como se nós fossemos um jogador de futebol, a correr para o golo e prontos a chutar para a baliza, e alguém nos derruba. Só que desta vez, não houve falta», afirmou.

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«A informação está no ar que se respire nos mercados e nós precisamos que esse ar seja o mais limpo possível. Quando não está limpo, os mercados ficam intoxicados», avisou.

Teixeira dos Santos revelou ainda que o custo médio do financiamento português está nos 3,6%. Se as taxas se mantiverem assim pelos próximos três anos, então o custo médio da dívida subiria para 4,9%, ainda assim abaixo dos 5% a que o FMI e o fundo de estabilização europeu estão a emprestar aos países em bancarrota, como a Grécia.

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