O Tribunal de Contas chumbou o TGV e o Governo vai «abandonar definitivamente» o projeto. Ora o presidente da Câmara Municipal de Elvas desafia então o Executivo de Passos Coelho a «colocar o dinheiro» que estava previsto para a construção do comboio de alta velocidade nos ordenados dos funcionários públicos e reformados.
«Passos Coelho disse, durante a campanha eleitoral, que deixaria de fazer o TGV e o aeroporto para evitar mexer nos vencimentos e direitos dos trabalhadores. Agora tem uma boa oportunidade para o fazer», disse à Lusa Rondão Almeida (PS).
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Nesse sentido, Rondão Almeida exige que o Governo «reponha o 13.º e 14.º mês aos funcionários públicos e devolva os direitos aos pensionistas».
«Já que o Tribunal de Contas acaba por dar um certo jeitinho, ele [primeiro-ministro] pode fazer aquilo que prometeu em campanha».
O autarca de Elvas está «indignado», uma vez que estava prevista a construção da plataforma logística na região Elvas/Caia.
O presidente da Câmara de Évora considerou por sua vez que o abandono do TGV «vai ter consequências graves» no desenvolvimento económico do Alentejo e em projetos que contavam com a alta velocidade ferroviária como «elemento estruturante do investimento».
O anúncio do Governo logo provocou uma reação por parte do consórcio Elos, através da participada Soares da Costa, que avisou que quer a devolução de pelo menos 264 milhões de euros investidos no processo de construção e adjudicação do troço Poceirão-Caia.
No plano político, Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda elogiou a decisão do TC e disse que «o país está farto de favorecimentos».
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