José Sócrates avançou esta sexta-feira que o Estado vai votar contra «a atribuição de bónus em 2010 e 2011» na Assembleia-geral da EDP.
Durante o debate quinzenal, que decorre no Parlamento, o primeiro-ministro assegurou que tomou a decisão de «em 2010 e em 2011» opor-se à atribuição de bónus, remunerações suplementares «a todo e qualquer gestor» nas empresas públicas.
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«Não haverá bónus em 2010 e 2011 nas empresas públicas e o Estado votará contra a atribuição de bónus nas empresas em que participe. É essa a posição que o Estado tomará [esta sexta-feira] na Assembleia-geral da EDP».
Sócrates explicou ainda que os privados não são obrigados a concordar. «O Estado não pretende alterar a lei e impor aos privados o seu ponto de vista», disse, depois de Paulo Portas lembrar que foi aprovada uma iniciativa do CDS-PP no âmbito do Orçamento do Estado para 2010 para pôr fim aos bónus a gestores em empresas públicas ou participadas pelo Estado, questionando assim o Governo «se se vai socorrer dessa norma para impor o corte dos prémios na EDP».
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«Esta é a medida mais dura que, porventura, algum Governo europeu tomou», sublinhou José Sócrates.
O primeiro-ministro respondia assim a uma interpelação de Paulo Portas acusando-o de «populismo» por trazer esta matéria à «baila». Na resposta, Portas ironizou: «no caso da EDP, o mexilhão trama-se, e Mexia é isentado».
Sócrates condena «escalada gananciosa» dos salários
Questionado por Miguel Macedo, do PSD, sobre a elevada remuneração do presidente da EDP, António Mexia, José Sócrates adiantou que o Governo é contra «uma escalada gananciosa dos ordenados dos gestores» em todas as empresas e, em particular, em «muitas empresas privadas» em Portugal.
Miguel Macedo insistiu - na sua estreia como líder parlamentar do PSD - e perguntou ao primeiro-ministro «se acha bem que o presidente da EDP ganhe vinte vezes mais do que o Presidente da República» e se «concorda que o seu Governo pactue com este escândalo?».
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Sócrates respondeu que o Executivo deu «uma orientação genérica de congelamento» de salários. E acrescentou: «O Estado tem uma posição de 20% na EDP e a Caixa Geral de Depósitos tem 5%, esses 25% votarão esta sexta-feira [na AG da EDP] contra todas as propostas que não incluam eliminação de bónus e, em segundo lugar, uma redução dos salários em cinco por cento, porque foi essa a proposta que a Parpública apresentou».
[Notícia actualizada]
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