É «muito duvidoso» que tanto Portugal como a Grécia consigam suportar as suas dívidas públicas. Um parecer que será divulgado esta quinta-feira por oito dos maiores institutos de economia alemães alerta para isso mesmo.
Os economistas germânicos manifestam ainda, no parecer publicado parcialmente no matutino Frankfurter Allgemeine, dúvidas quanto à sustentabilidade das dívidas da Espanha, Irlanda, e Itália, que só poderá ter êxito «se todas as reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental anunciadas forem implementadas», cita a Lusa.
PUB
Caso algumas previsões se revelem demasiado otimistas, se a recessão nestes países se aprofundar, por exemplo, ou o crescimento económico nos próximos anos for menor do que se espera, «a Espanha e a Itália terão dificuldades em refinanciar as suas dívidas públicas».
Quanto à economia alemã, os mesmos especialistas corrigiram em alta a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, para 0,9%, e para 2% em 2013.Este ano, o défice estrutural alemão deverá descer para 0,6% do PIB e, em 2013, para 0,2%. No que se refere ao número de desempregados, descerá para 2,6 milhões em 2012 e para 2,6 milhões no próximo ano.
No mesmo relatório, sublinham também que a independência do Banco Central Europeu (BCE) «está em jogo», por ter tomado várias medidas extraordinárias para debelar a crise das dívidas soberanas, nomeadamente dois empréstimos superiores a bilião de euros (milhão de milhão) aos bancos, a três anos, a baixos juros.
«Desde o início da crise, o BCE intervém cada vez mais e apoia indiretamente as finanças públicas e isso não vai dar bom resultado, existe o perigo de a política monetária não consiguir libertar-se da situação forçada em que está».
O documento, que vai ser hoje entregue ao governo federal, foi elaborado, nomeadamente, pelos institutos de economia de Munique, Kiel, Essen e Halle.
PUB