«A Grécia tem de mudar de vida». Disso não tem dúvidas o ex-primeiro-ministro do país. O regresso ao dracma demoraria seis meses, mas George Papandreou também tem a certeza que logo «em dois dias» a Grécia assistiria a uma corrida aos bancos.
Depois, «sair do euro seria igual a hiperinflação, colapso de indústrias, 20% de quebra do PIB, 50% de corte nos salários», disse, em entrevista a alguns media europeus, como a BBC e o «Diário Económico».
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«Estamos num ponto, na Europa, de ou vai ou racha. A Grécia tem problemas, e assumimos os nossos problemas e a nossa responsabilidade para com os nossos próprios erros, para com o nosso passado, para com a nossa má governação e é isso que estamos a tentar mudar». No entanto, avisa, há problemas também nas «estruturas» europeias.
Sobre o colapso da moeda única como um todo, entende que seria um «grande catástrofe». E a Grécia, a Grécia «tem de mudar de vida. Pode fazê-lo dentro ou fora do euro. Ponderámos tudo e a resposta não é a preto e branco. Mas é seguramente mais escura fora do euro».
Papandreou acredita que há margem para renegociar o resgate helénico, seja através do alargamento dos prazos, do alívio da austeridade ou de uma «verdadeira política de crescimento na Europa».
O ex-primeiro-ministro grego considera que a chanceler alemã Angela Merkel pode «correr» com a Grécia para salvar a Europa. «Se a Alemanha disser que já não paga, a Grécia deixa o euro e entra em incumprimento, porque terá de imprimir dracmas para poder pagar. Não será uma decisão nossa, seremos obrigados a sair contra a nossa vontade».
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