A Comissão Europeia ainda não foi informada formalmente pelo Governo grego da decisão de avançar com um referendo ao segundo pacote de ajuda acordado na última cimeira. E o próprio ministro helénico das Finanças também foi apanhado de surpresa.
Nem Bruxelas, nem o ministro Evangelos Venizelos souberam de nada, até ser feito o anúncio pelo primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, ontem, no Parlamento.
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No entanto, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu disseram já que falaram com George Papandreou, pelo que estão a par das decisões que tomou. Durão Barroso e Herman van Rompuy estão confiantes que a Grécia vai honrar os seus compromissos. Já o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, está menos optimista e avisa que, se ganhar o «não», abrir-se-ão portas à «bancarrota».
A decisão de Atenas ameaça piorar a crise na Zona Euro. O Governo alemão já veio, de resto, dizer que «parece que a Grécia quer livrar-se dos compromissos» que assumiu. E o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, decidiu telefonar à chanceler alemã, Angela Merkel, para saber o que se passa.
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«Até que tenhamos, por exemplo, uma carta ou algo parecido, do primeiro-ministro grego, não vamos reagir», disse um porta-voz da Comissão Europeia, citado pela Reuters.
O ex-ministro das Finanças grego Yiannos Papantoniou já veio entretanto dizer que as questões que dizem respeito ao novo programa de assistência financeira são demasiado complexas para serem levadas a referendo.
E a agência de notação financeira Fitch alertou que um «não» dos gregos ao referendo pode pôr em causa a viabilidade do euro.
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