Nos próximos 20 anos, a Ásia vai ser certamente mais rica, já que cerca de 800 milhões de pessoas, sobretudo chineses e indianos, deverão aceder à classe média. Isto no caso de se verificar o mesmo ritmo de desenvolvimento económico do continente de agora.
A transição da pobreza para a classe média «poderá apresentar muitos desafios mas também trará novas oportunidades sem precedentes na região e no mundo», revela um estudo do Banco Asiático do Desenvolvimento.
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O relatório, que analisa todos os países da região à excepção do Japão e da Coreia, define um membro da classe média como uma pessoa que tenha entre 2 e 20 dólares por dia.
O estudo refere ainda que existem muitas semelhanças entre a classe média da Ásia e a dos países ocidentais: é educada, vive em zonas urbanas, tem poucos filhos e defende os valores progressistas.
Comprar carros e produtos electrónicos constituem alguns dos «passatempos preferidos» da classe média. Pela negativa, constata-se que este grupo social está cada vez mais obeso.
A China é o país que mais pessoas tem conseguido tirar da pobreza: 63% da população, ou seja, 817 milhões de pessoas, juntaram-se à classe média há dois anos. Com essa evolução, o grupo social passou a ser constituído por 1,9 mil milhões de indivíduos.
Já na Índia, a classe média abrangia 274 milhões de pessoas em 2008, um quarto da população (1,1 biliões).
«As projecções sugerem que até 2030, uma boa parte da Ásia em desenvolvimento atingirá o estatuto de classe média e classe superior», afirmou o economista-chefe do Banco Asiático do Desenvolvimento, Jong-Wha Lee, citado pela agência Lusa.
A Ásia vai passar de «maior produtor mundial a maior consumidor mundial», acrescentou, numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira.
Uma mudança que traz consigo grandes desafios, nomedamente no que toca à degradação ambiental, alterações climáticas ou no que diz respeito ao acesso a recursos como a água.
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