Já fez LIKE no TVI Notícias?

ASAE não está a recolher amostras de alimentos

Inspetor-geral garante que as ações de fiscalização até aumentaram

ATUALIZADA ÀS 15:38

O inspetor-geral da ASAE nega que não estejam a ser efetuadas ações de fiscalização aos alimentos, conforme a notícia avançada pelo «Jornal de Notícias». No entanto, António Nunes confirma que não estão a ser recolhidas as amostras para controlo de resíduos.

PUB

«Não existe falta de dinheiro. A ASAE nunca teve falta de recursos financeiros e humanos para fazer ações de fiscalização e tem até intensificado as suas atividades no âmbito da segurança alimentar», afirmou, em entrevista à TVI24.

O responsável admite, no entanto, uma falha na execução do Plano Nacional de Controle de Resíduos, cuja responsabilidade pela elaboração e avaliação dos resultados compete à Direção-Geral de Alimentos e Veterinária.

«A ASAE é parceira neste plano, executa o levantamento das amostras para que depois possam ser analisadas em laboratório. Foi solicitado não o executássemos e não o estamos a fazer», revelou.

A entidade não está a colher amostras no mercado desde março, sobretudo nos matadouros, e aguarda que a DGAV volte a solicitar essa atividade.

António Nunes garantiu ainda que «os alimentos em Portugal são seguros» e que «só cerca de 2 a 4% das amostras têm indícios que não estão de acordo com os padrões europeus».

Segundo a notícia do JN, a ASAE estaria sem fiscalizar alimentos como carne, leite, peixe e ovos devido a falta de dinheiro.

PUB

Sem esta fiscalização, os produtores poderiam injetar substâncias perigosas nos animais, já que o controlo de qualidade não estaria a ser feito.

«Estamos entregues à nossa sorte. É o que Deus quiser. Não há qualquer controlo. Ninguém pode garantir se o que andamos a comer está ou não contaminado por, por exemplo, medicamento proibidos ou produtos de crescimento rápido, que são muito bons para quem quer obter lucros imediatos, mas prejudiciais para a saúde humana», disse ao JN uma fonte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

O Diretor-geral da Alimentação e Veterinária garantiu que os alimentos estão a ser analisados e que a saúde dos portugueses não está em risco, apesar de ter sido reduzida a participação da ASAE.

A DGAV recolheu até agora um terço das amostras de alimentos que se propôs recolher este ano, disse à Lusa Nuno Vieira e Brito, diretor Geral da DGAV. O plano para 2012 é de 7.500 recolhas o que significa que os técnicos já terão feito cerca de 2.500.

PUB

O diretor-geral de Veterinária diz que a situação não põe em causa o controlo dos alimentos, uma vez que aquele trabalho passou a ser feito pelas técnicos de veterinária.

A DGAV deixou de pedir apoio à ASAE por uma questão de «racionalização de recursos», uma vez que «havia locais onde a ASAE recolhia e nós tínhamos inspetores sanitários, por isso não havia necessidade de a ASAE o fazer», explicou.

Além disso, acrescenta Nuno Vieira e Brito, nem sempre havia uma «resposta útil» por parte dos laboratórios.

De acordo com o responsável, o resultado das análises nem sempre chegavam a tempo de, em caso de serem detetados problemas, os alimentos serem retirados do mercado.

O inspetor-geral de veterinária lembra que «Portugal não tem tido grandes problemas de saúde pública», recordando os dados do ano passado.

Das cerca de 7.800 análises feitas em 2011, apenas 25 revelaram não estar em conformidade com a legislação: «13 eram contaminações ambientais, e portanto, não são relevantes em questões de saúde pública, e das outras 12 apenas quatro tinham substâncias ilegais», explicou.

«Nos quatro casos de substâncias ilegais (detetados no ano passado), tinham sido ultrapassados os limites máximos de resíduos», explicou, dando como exemplo a utilização excessiva de antibióticos promotores de crescimento utilizados na carne.

Este ano, a DGAV decidiu «incidir mais naquilo onde, pelo seu histórico, se pode encontrar mais problemas»: as carnes.

PUB

Últimas