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Cavaco: precariedade e baixos salários não são a solução

Presidente diz que empresários devem valorizar experiência e especialização dos trabalhadores

O Presidente da República voltou esta quinta-feira a defender que a precariedade laboral e os baixos salários não são a solução para a economia portuguesa, convidando os empresários a valorizarem a experiência e a especialização dos trabalhadores portugueses.

Vaiaram Cavaco Silva e pediram DEMISSÃO do Governo

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Num discurso em Famalicão, onde o grupo Leica inaugura uma nova fábrica, Cavaco Silva afirmou que «a precariedade e, por esta via, a manutenção de salários baixos, não é a solução para os problemas da economia portuguesa, sobretudo quando serve para colmatar insuficiências de liderança, lacunas organizativas ou falta de inovação».

O recado pode ter vários destinatários, já que estes comentários são feitos na mesma semana em que o aumento do salário mínimo nacional (SMN) foi debatido em concertação social, mas esbarrou com a recusa do Governo, apesar de todos os parceiros sociais se terem mostrado disponíveis para negociar. E são feitos na mesma semana também em que um dos maiores empresários do país, Belmiro de Azevedo, defendeu uma política de mão-de-obra barata, defendendo que sem isso, não haveria emprego para ninguém.

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Pegando no exemplo da Leica, que fabrica máquinas fotográficas, Cavaco Silva sublinhou que «grande parte dos seus cobiçados produtos passa pelas mãos e pela qualidade dos colaboradores portugueses».

«A maioria dos trabalhadores desta empresa mantêm com esta um vínculo de mais de um quarto de século, muitos deles desde a sua abertura. Num tempo em que a precariedade laboral se tornou uma prática corrente, saúdo a visão de líderes empresariais que elegem a longevidade do vínculo com os seus trabalhadores como uma das suas principais vantagens competitivas».

«Porque é neste vínculo, em larga medida, que reside o segredo da acumulação do capital do conhecimento e da especialização, ingredientes essenciais na excelência tecnológica e no valor acrescentado incorporados em cada produto», acrescentou o Chefe de Estado, considerando que «esta é uma ideia a que os nossos empresários deviam dar uma atenção especial».

Cavaco fechou o discurso com uma mensagem de esperança. «Mesmo com perspetivas tão difíceis como as que se nos colocam, quer no plano interno quer no externo, estou confiante no potencial da economia portuguesa. Estou convencido que o nosso país tem condições para ser bem sucedido e que sairemos desta crise mais fortes e capazes de competir num mundo global».

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«O importante investimento realizado nesta unidade, numa região duramente atingida pelo desemprego, constitui um sinal de confiança no futuro da economia portuguesa e um indicador que o país oferece boas oportunidades de investimento», concluiu.

A Leica investiu 22,5 milhões de euros nesta nova unidade fabril, e espera aumentar 25% a faturação em Portugal este ano.

Cavaco Silva comentou também o aumento do salário mínimo, considerando que é um tema que vale a pena considerar na concertação social.

Sobre as rescisões na função pública, o Presidente lembrou que a adesão ao programa tem de ser «voluntária».

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