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Espanha: corte de rating empurra Portugal para 2º resgate?

Momento é de cautela: não «sofrer por antecipação» e «restaurar credibilidade» é o conselho dos especialistas

Espanha foi alvo de um corte de rating da Standard & Poor's, já criticado pelo Governo do país vizinho. Uma decisão que terá também efeitos em Portugal. Mas quais? Miguel Beleza, Silva Lopes e Luís Campos e Cunha são unânimes: o que acontece no país vizinho tem sempre efeitos em Portugal, mas ainda é cedo para pensar num segundo resgate ou numa extensão do atual programa de assistência financeira.

«Não há dúvida que [o corte de rating da Espanha] é grave para nós. Espanha é o nosso principal mercado exportador», disse o ex-governador do Banco de Portugal José da Silva Lopes, que advertiu, no entanto, que o problema não vem só do país vizinho.

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«Nós não estamos a sofrer apenas com Espanha, estamos a sofrer com toda a Europa», disse aos jornalistas, à margem de uma conferência que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Para Silva Lopes, a «obsessão pelas políticas restritivas» e pela austeridade da Alemanha vai «arrasar» com o Velho Continente. Por isso, é importante que a «Europa mude de política». Algo que pode ser facilitado se França eleger François Hollande para chefe do governo no próximo dia 6 de maio, mas que não se concretizará sem a força da economia de Merkel.

De uma forma mais moderada reagiu Miguel Beleza para quem «os mercados já deram o desconto» do corte de rating da Espanha.

Mas, a proximidade das duas economias é evidente: «Não é possível que, se as coisas correrem mal em Espanha, não corram mal em Portugal. Seria um milagre», disse o economista, presente no mesmo evento.

«Consequências» que também preocupam Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças de Sócrates, que, no entanto, mostrou também o reverso da moeda. «Pode haver um efeito de substituição. Fundos de investimento em Espanha podem passar para Portugal».

Neste contexto é possível falar num segundo resgate? Aqui o conselho dos economistas é igual: «Ainda é cedo» pensar nisso e, portanto, «não vale a pena sofrer por antecipação».

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