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Fitch: é «improvável» que Itália precise de resgate

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Itália pode ou não ser a próxima vítima do dominó da crise europeia? Para a agência de notação financeira Fitch é «improvável» que o país precise de ser resgatado, porque a terceira maior economia da Zona Euro está em melhor estado do que Espanha. Previsão contrária é feita por um membro do Eurogrupo, a ministra austríaca das Finanças, que admite que Itália pode mesmo precisar de ajuda externa.

A Fitch argumenta, nas palavras do diretor de gestão da agência, Ed Parker, que «Itália está muito mais perto de chegar a uma posição macroeconómica sustentável», disse, numa entrevista, em Oslo, que é citada pela Bloomberg.

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Mas há ainda mais razões para a Fitch afastar a necessidade de um resgate. É que a economia liderada por Mario Monti tem «um défice orçamental muito mais pequeno, tem um défice de conta corrente menor e não tem problemas no setor bancário».

A agência de notação financeira deixa uma ressalva: é verdade que Itália tem «elevados níveis de dívida pública, razão pela qual tem pouco espaço para absorver mais choques negativos», advertiu Parker.

Depois, «está muito dependente dos juros estabelecidos para pedir emprestado, que são elevados, mais altos do que a sua taxa de crescimento, e, por isso, está numa situação em que o mercado de obrigações tem um impacto significativo no valor do crédito».

Ainda assim, o principal cenário, para a Fitch, é que o país não vai precisar de apoio externo. «Se as taxas de juro forem mais baixas» depois deste ano, então Itália «não terá de fazer muito mais consolidação orçamental». Isto porque «o défice orçamental já é baixo e a dívida está a caminho da estabilização e de um recuo».

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Certo é que com Espanha ainda a tombar, os mercados procuram já a próxima vítima. O país vizinho não caiu, mas inclinou, ao pedir este fim-de-semana a ajuda de Bruxelas para a sua banca. Itália começa agora a aquecer. É supostamente a próxima peça a cair no dominó da crise da dívida europeia.

O Citigroup antecipa um cenário oposto ao da Fitch: «Mais cedo ou mais tarde, a Itália precisará de ajuda externa», ou não caminhassem as suas finanças públicas para uma situação «insustentável» a longo prazo.

O mesmo cenário é admitido pela ministra austríaca das Finanças. Maria Fekter argumenta com os custos cada vez mais altos do financiamento de Itália no mercado. Custos que podem revelar-se fatais e ditar a necessidade de ajuda externa.

Tanto os juros da dívida espanhola e italiana estão a subir em todas as frentes. As obrigações do tesouro a 10 anos em Espanha negoceiam nos 6,667%, quando ontem fecharam nos 6,453%.Na mesma maturidade, as OT italianas negoceiam nos 6,128%, quando a sessão encerrou nos 6,036%.

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Por cá, também há assinalar uma subida nos juros a 10 anos, que negoceiam a esta hora nos 10,809%, depois de um fecho nos 10,749%.

Com a crise europeia ao rubro, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, avisa que é preciso salvar o euro «em menos de três meses».

Todos os ratings da Zona Euro podem ser cortados

O diretor da Fitch admite ainda que os ratings dos países da Zona Euro, incluindo os que têm nota máxima (triplo A), como a Alemanha, a Finlândia ou a Holanda, podem ser cortados, caso a crise da dívida se agrave. A principal ameaça, acrescentou, é o risco de contágio, caso a Grécia abandone a Zona Euro.

«Se não existir uma luz ao fundo do túnel, o risco de desmembramento da Zona Euro vai aumentar», alertou.

Sobre Espanha, acredita que vai falhar as metas de défice.

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