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Krugman e Comissão Europeia «lavam roupa suja» na net

Nobel da Economia e vários membros da Comissão têm trocado galhardetes através de blogues e Twitter

O economista norte-americano Paul Krugman, que já recebeu o prémio Nobel da Economia, está em pé de guerra com a Comissão Europeia, particularmente com o comissário europeu para os assuntos económicos e monetários Olli Rehn. Krugman usou linguagem que Bruxelas considerou ofensiva ao referir-se ao comissário. O economista contra-ataca, fazendo ainda pior.

A história é contada pelo «Financial Times», cujo blogue diz que está em curso uma «disputa transatlântica», depois de Krugman se ter referido a Rehn num «tom desagradável», como «o rosto da negação», e apelidando-o de «Rehn do Terror».

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Krugman é um dos grandes críticos da estratégia adotada por Bruxelas no combate à crise da divida. O Nobel não aprova a estratégia de desalavancagem, que obriga tanto o setor público como o privado a reduzir o seu endividamento num contexto de recessão económica e elevado desemprego, especialmente porque os países da Zona Euro tem uma taxa de câmbio única e juros fixados pelo Banco Central Europeu (BCE).

A «lavagem da roupa suja», como se costuma dizer, tem sido feita através da Internet. Krugman tem um blogue no «New York Times», onde publicou um post intitulado «As baratas na Comissão Europeia», criticando Rehn por insistir em políticas que «tal como as baratas, gostaria de ver banidas para sempre», mas que, «tal como as baratas, acabam sempre por regressar». Uma insistência que Krugman atribui ao «desconhecimento de factos básicos» por parte do comissário.

«O que surpreende são homens que não sabem nem teoria nem a história de anteriores crises e que estão plenamente convencidos do que fazer na atual, e que a sua confiança nas suas receitas não tenha sido abalada pelo facto de se terem enganado sobre tudo até agora. E, claro, o que é ainda mais surpreendente é o facto de esses homens ainda estarem ao comando», escreveu Krugman nesse artigo.

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Vários membros da Comissão Europeia responderam através de tweets. Primeiro, foi o porta-voz de Olli Rehn, Simon O'Connor, depois Koen Doens, responsável pelo serviço de imprensa da Comissão Europeia: «Que vamos ter a seguir? Cuspidelas?», escreveu.

Ryan Heath, porta-voz da comissária Neelie Kroes, lembrou que o Nobel esteve na Comissão Europeia em março de 2009 para falar da crise e de eventuais soluções, não tendo deixado «grande impressão». A própria comissária acabou por vir a terreiro: «Precisamos de críticos, não de cínicos».

Reações que não travaram Krugman. Pelo contrário: esta quarta-feira, o economista voltou a publicar no seu blogue um post intitulado «Baratas e Comissários», onde admite ter «língua afiada» e ter usado linguagem «pitoresca», mas considera que não foi ofensivo. «Não afirmei que a mãe do Sr. Rehn era um hamster e o seu pai cheirava a sabugueiro», ironiza.

Koen Doens já respondeu, considerando que comparar comissários a baratas é mais do que ter língua afiada. E vai mais longe, comparando a receita de Krugman para resolver a crise com «o mito urbano que se cura uma ressaca bebendo mais álcool».

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