Afinal Lisboa e Madrid sempre vão ser ligadas por uma linha de alta velocidade, ao qual em Portugal se convencionou chamar de TGV. Os ministros da Economia dos dois países confirmaram hoje que a nova linha de comboio, afinal, não será só para mercadorias, mas também para passageiros. Confirma-se assim a notícia já avançada em fevereiro pela TVI.
«Os Governos de Espanha e Portugal estão a trabalhar em conjunto, para que se possa concretizar esta ligação em bitola mista e que torne compatíveis comboios de mercadorias e de passageiros», afirmou a ministra espanhola, na assinatura do acordo.
PUB
Já o ministro português, e quando questionado se os passageiros que viessem de Madrid nos comboios de alta velocidade teriam de trocar de comboio em Badajoz para poderem chegar a Lisboa, esclareceu: «Estamos a falar em linhas em bi-bitola na parte portuguesa (...) a ideia é criarmos estes grandes corredores da competitividade e obviamente é para passageiros e mercadorias».
Ou seja, as linhas em Portugal comportarão comboios de mercadorias e de passageiros, para que os comboios de alta velocidade que vêm de Madrid possam seguir diretamente até à capital portuguesa.
Mas nem sempre esta matéria foi assim tão óbvia, nas declarações dos governantes portugueses.
«O projeto TGV está arrumado não estamos nem estaremos apostados em lançar um novo concurso para fazer uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid para transporte de passageiros», disse Pedro Passos Coelho na altura em que o Governo anunciou a desistência do chamado TGV.
Ora o problema pode estar no vocabulário utilizado. O Governo disse que desistia do «TGV» e admitia apenas uma ligação de alta velocidade para transporte de mercadorias. Mas a sigla TGV mais não é do que o nome dado em França ao comboio (e não à linha) de alta velocidade (Train à Grande Vitesse). E o que se vai construir é uma linha de caminho-de-ferro de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.
Mas também é óbvio que os passageiros da linha de alta velocidade provenientes da capital espanhola não terão de abandonar os comboios na fronteira de Badajoz. A linha onde passarão comboios de mercadorias também vai dar para comboios de passageiros.
PUB