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Rendas excessivas na luz: troika quer corte maior

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Chefes da missão de resgate a Portugal admitem que esperavam uma poupança maior e vão «averiguar» hipóteses

O corte de 1.800 milhões de euros até 2020 nas rendas excessivas na eletricidade definido pelo Governo ficou aquém das expectativas da troika, que esperava uma poupança maior. Isso mesmo foi dito esta quinta-feira pelos chefes da missão do FMI, BCE e Comissão Europeia aos deputados na comissão eventual para o acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira a Portugal.

O assunto, referido « en passant» no final da reunião, que decorreu esta manhã no Parlamento, levou uma resposta certeira: «Estão a analisar o que o Governo já fez e a averiguar a hipótese de se avançar para uma poupança maior», disse à Agência Financeira o deputado do CDS Adolfo Mesquita Nunes.

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Exceção feita, segundo sublinhou à AF Miguel Tiago, do PCP, às energias renováveis, onde «os técnicos da troika consideram que está a correr bem».

«Disseram-nos que pensavam que se poderia cortar mais. Mas, faltou perceber se vão defender medidas concretas nesse sentido ou se foi apenas uma conclusão», disse o deputado, adiantando que, para já, a única certeza é que os responsáveis pelo programa de ajuda a Portugal vão «continuar a acompanhar o assunto».

Esclarecimentos feitos no final da reunião que começou criteriosamente às 11h00 da manhã, como o planeado. Rasmus Ruffer, do BCE, Jurgen Kroger, da Comissão Europeia, e Abebe Selassie, do FMI, chegaram ao segundo piso da Assembleia da República poucos minutos antes da hora certa e, sem dar sequer um «bom dia» aos jornalistas, fecharam-se com os deputados dos partidos com assento parlamentar na sala 7 das comissões.

Uma hora e meia depois, os três líderes da missão de resgate, acompanhados por dois técnicos, seguiram, pela mão de Vieira da Silva, que preside à comissão, até à sala da visitas do Parlamento onde os esperava a presidente da Assembleia, Assunção Esteves.

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Em cima da mesa da comissão estiveram ainda dois temas de peso: desemprego e crescimento. A reunião de hoje é, aliás, decisiva para o desbloqueamento da quarta tranche da ajuda, no valor de 4 mil milhões de euros.

Para já, as apostas boas: «A perspetiva da troika continua a ser positiva, contrariamente ao que se tem visto na realidade do país», disse Miguel Tiago, referindo os dados do défice público, divulgados ontem, e dos da OCDE. «Nos últimos dois anos retrocedemos ao nível da década de 90».

Também Adolfo Mesquita Nunes sublinhou a «avaliação positiva» dos técnicos da missão internacional «que nos afastaram da situação vivida na Grécia».

Certo é que, para já, a troika parece inflexível sobre o caminho a tomar: «Para a troika não existe discrepância entre austeridade e crescimento. Esse é o objetivo das reformas estruturais - tornar a economia mais competitiva.

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