A KPMG auditou as contas do BES a partir de 2002. E, tal como o seu presidente, Sikander Sattar, que já se tinha mostrado de consciência tranquila pelo trabalho desenvolvido, também Inês Viegas, uma responsável e sócia da KPMG, entende que os auditores fizeram o que lhes competia e não podem ser responsabilizados pelo colapso do banco.
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«O que falhou não foram os auditores, claramente. Tivemos um papel importante desde o início do processo. Procedemos como tínhamos de proceder»
No entender de Inês Viegas, os últimos meses antes do colapso foram «críticos» para o desfecho que culminou na resolução do Banco de Portugal, que dividiu o banco em dois - bom, o Novo Banco, e o mau, para onde foram os ativos tóxicos. Mesmo quanto às próprias cartas de conforto passadas pelo BES a dois investidores venezuelanos da PDVSA, em junho de 2014 - e que acabaram por resultar em elevadas imparidades para o banco, agravando os elevados prejuízos do primeiro semestre de 2014 -, a KPMG mostrou as suas reservas, numa reunião com o BES.
«Tivemos conhecimento das cartas de conforto, numa reunião, salvo erro a 4 de julho», especificou Inês Viegas, em resposta à deputada do CDS-PP, Teresa Anjinho. E continuou:
Esta responsável assegura que não foi assim«As cartas tinham uma natureza que vinculava o banco». «De todos os pareceres que existiam e, de toda a opinião que o Dr. Rui Silveira [ex-administrador do BES] foi transmitindo, havia uma contingência» evidente. «O próprio BES concluiu que deviam ser provisionadas. Não fui eu que achei. O banco achou e eu também»
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