É «urgente» dar resposta aos clientes que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo, aos balcões do BES, sem saber . Não é só a CMVM que o diz. É também o que conclui o relatório preliminar dos trabalhos da comissão de inquérito sobre o colapso do BES/GES, no Parlamento, defendendo que é preciso «esclarecer de uma vez por todas» os clientes.
VEJA AQUI O RELATÓRIO PRELIMINAR NA ÍNTEGRA
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Agora que passam cinco meses desde o início da comissão, o relator Pedro Saraiva dedicou, na sua apresentação, algumas recomendações no que toca ao caso do papel comercial, que tem resultado em muitas manifestações e invasões do Novo Banco, por parte dos clientes.
O relatório defende que CMVM e Banco de Portugal devem «chegar rapidamente a uma plataforma de entendimento», com soluções que «respeitem todos os preceitos legais», mas alinhadas com o bom senso. Pedro Saraiva enumerou, de resto, os princípios que devem nortear esse consenso. A prioridade deverão ser os «casos em que comprovadamente existiram práticas abusivas».
É necessário dar uma «resposta urgente aos clientes que tenham sido efetivamente lesados, e que nalguns casos enfrentam momentos de especial dificuldade, sem ignorar as situações de urgência em termos de liquidez associadas a detentores de papel comercial que se encontram numa posição de particular vulnerabilidade».
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É preciso «esclarecer de uma vez por todas os clientes sobre esta matéria, sem alimentar ou negar expectaivas de forma oscilatória»
O relator da comissão de inquérito pede especial atenção à «especificidades» da situação e às «expectativas que foram sendo criadas» junto dos clientes, sem nunca comprometer a hierarquia de credores, assegurando que «em caso algum podem vir a ser beneficiados investidores qualificados ou potenciais infratores».
O documento é conclusivo quanto a alguns facos, mas deixa em cima da mesa as dúvidas quanto a outros factos ainda por apurar, esperando que a auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal, quando divulgada por completo, venha a ser elucidativa.
Nas suas 400 páginas, o relatório defende a certa altura que o Governo podia ter feito mais e que a supervisão, essa, ficou «manifestamente aquém», criticando, sobretudo, a atuação do Banco de Portugal.
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