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Época de saldos acaba: vendas caem 30%

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Níveis de retração deverão manter-se até dezembro, dizem comerciantes

A época de saldos de inverno, que começou a 28 de dezembro, acaba esta terça-feira e o balanço não é positivo. Em Lisboa, a presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), Carla Salsinha, avançou à Lusa que os saldos assistiram a quebras entre 35 e 40 por cento, e que estes níveis de retração deverão manter-se até dezembro.

«É transversal, sendo que no setor de moda atinge quase os 40 por cento, seguramente», afirmou Carla Salsinha, realçando que o consumidor por impulso está a desaparecer.

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A quebra também se faz sentir nos setores de aparelhos, como eletrodomésticos e afins, sendo o único resistente neste segmento o ramo da informática, dada a dependência que existe destes materiais na atualidade.

Carla Salsinha salientou ainda que, mesmo nas «classes que têm um poder de compra que não está a ser muito afetado, mesmo nessas classes se nota uma quebra do consumo», pela expectativa negativa relativamente ao ano de 2012.

«O que aconteceu este ano é que independentemente das elevadas percentagens que os saldos atingiram, houve a continuidade de uma retração e, se calhar, um acréscimo porque as pessoas estão com muito receio do ano que aí vem».

Carla Salsinha destacou também outro pormenor, que diz respeito à exaustão de promoções causada pela sequência de campanhas promocionais, que «esgota a capacidade ou de interesse das pessoas pelos saldos ou pelas próprias campanhas».

Quebras de 30% preconizam fim dos «preços normais»

No Porto, a realidade não é melhor: segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Porto (ACP), Nuno Camilo, a quebra rondará os 30%, sendo de esperar que os «preços normais» não regressem.

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Ainda assim, Nuno Camilo salientou que esperava «valores muito maiores», sendo a queda de 30 por cento, «dentro do mau, um número menos mau», com as maiores perdas a registarem-se no setor do pronto-a-vestir, em particular, devido ao inverno soalheiro que se fez sentir.

«Eu tenho dúvidas de que voltemos a ter preços normais. Primeiro, porque o mercado não tem capacidade de absorver esses preços e segundo, vemos que os saldos estão especificados na lei, mas as promoções são algo que se tem vindo a prolongar ao longo do tempo».

Outro elemento que também tem vindo a desaparecer é o «consumidor por impulso», vendo-se hoje «um consumidor muito mais racional», que faz compras de forma muito mais ponderada e selecionada.

De acordo com Nuno Camilo, está a ocorrer um «reajustamento do mercado», com pessoas «que ainda têm poder de compra, que têm vencimentos consideráveis e uma boa situação em termos laborais» a retraírem-se no momento de comprar.

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