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Carlos Costa valida Centeno no Banco de Portugal: tem “todas as condições para ser um grande governador”

Com Carlos Costa de saída, Centeno decide se os lugares vazios na administração do BdP devem ser preenchidos

Carlos Costa diz que o Banco de Portugal está mais forte e que Centeno pode fazer um bom mandato, mas alerta que a independência é “uma questão de atitude”. De resto, valida a transferência feita para o Novo Banco - e faz um elogio inédito a um membro do Governo: Siza Vieira, disse em entrevista ao Expresso.

“Acho que tem todas as condições para ser um grande governador do Banco de Portugal.” Numa entrevista de fecho de mandato à frente do banco central português, que é publicada na íntegra na edição deste sábado do Expresso, Carlos Costa dá fôlego à hipótese — que o próprio Centeno não exclui — de o atual ministro das Finanças o substituir naquele cargo já em julho. De resto, acrescenta o atual governador, Centeno terá meio caminho andado para o sucesso: “Vai receber uma máquina que está rejuvenescida, com muito maiores competências, com uma estruturação muito forte, com um sentido de missão e um foco muito claro.”

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O apoio tem significado redobrado quando é sabido que os dois têm uma relação tensa. Nesta longa conversa com o jornal — que durou mais de 2h30 —, Carlos Costa admite que mantém conversas apenas por escrito com as Finanças: “Temos trocado notas como é necessário, eu quando escrevo sou muito mais preciso e exato do que aquilo que possa dizer.” Frisando que “a relação institucional e pessoal foi aquela que se impunha a propósito de cada tópico.”

Veja também: Crise com Mário Centeno? Costa diz que "está tudo ultrapassado"

Na semana passada, na Assembleia da República, durante o debate quinzenal, António Costa disse à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que não haveria transferências para o fundo de resolução, tendo em vista a recapitalização do Novo Banco, até que a auditoria àquela instituição bancária estivesse concluída.

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No dia seguinte, sexta-feira, no Porto, António Costa afirmou aos jornalistas que o Ministério das Finanças não o informara de que essa transferência tinha sido efetuada na véspera, o que o levou a pedir desculpas à coordenadora do Bloco de Esquerda pela informação errada que lhe tinha transmitido.

Perante este caso, em entrevista à TSF na terça-feira, o ministro de Estado e das Finanças assumiu que houve uma falha de comunicação no Governo.

Já na quarta-feira de manhã, Mário Centeno declarou que a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco não foi feita à revelia do primeiro-ministro.

"Não, não foi à revelia, não há nenhuma decisão do Governo que não passe por uma decisão conjunta do Conselho de Ministros", disse o ministro de Estado e das Finanças, numa audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) do parlamento.

Também na quarta-feira de manhã, no final de uma visita à Autoeuropa, em Palmela, o Presidente da República considerou que o primeiro-ministro "esteve muito bem" ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018.

"Havendo, e bem, uma auditoria cobrindo o período até 2018 - a auditoria que eu tinha pedido há um ano - faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no parlamento. É que é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidades dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

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