O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou hoje que o processo de venda da companhia de seguros Açoreana, originalmente do grupo Banif, está em fase de conclusão e prevê a manutenção dos postos de trabalho.
"O processo de venda da Açoreana está praticamente concluído. Há duas propostas em cima da mesa e a proposta que está a ser negociada, do ponto de vista da manutenção dos postos de trabalho, não tem prevista nenhuma perda de emprego", disse o ministro das Finanças, no parlamento.
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Questionado pelos vários deputados que integram a Comissão parlamentar sobre se a venda da companhia de seguros salvaguarda a manutenção dos cerca de 700 postos de trabalho da Açoreana, o titular da pasta das Finanças vincou que "a informação que tem é que esse objetivo poderá vir a ser concretizado".
"O processo de venda está na sua fase final. Aquilo que eu sei do processo é que a proposta que está a ser discutida não tem previsão de nenhuma perda de emprego, mas para honestidade de todos nós, a venda não está materializada", sublinhou Mário Centeno.
Em 31 de dezembro do ano passado, a Açoreana tinha 7.173.244.609 ações (mais de 7 mil milhões de títulos) do Banif, ao preço médio de aquisição de 0,01 euros (um cêntimo), pelo que o valor total ascendia a 71,7 milhões de euros. Esta participação no capital do banco estava, contudo, registada no balanço por um valor inferior ao da aquisição, de 40,887 milhões de euros.
A 20 de dezembro, um domingo ao final da noite, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo Naviget. É nesta nova empresa que fica a Açoreana.
A Açoreana teve no primeiro semestre prejuízos de 1,5 milhões de euros (melhor do que os 3,7 milhões de prejuízo de período homólogo de 2014) e era considerada pelo Banif uma "unidade operacional descontinuada", estando para venda.
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