Os bancos nacionais estão a comprar dívida pública portuguesa a um ritmo acelerado, o que pode pôr em causa a resistência das instituições que até agora se encontram sólidas, revela o Banco de Portugal, citado na edição online do «Wall Street Journal».
As instituições financeiras nacionais já investiram 17,91 mil milhões de euros em dívida soberana desde o início do ano até Setembro. Este valor representa uma subida de 87% contra os 9,57 mil milhões de euros do ano passado.
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Desde o início de 2010, o risco de exposição da banca portuguesa ao risco da dívida disparou 77%.
O jornal sublinha, no entanto, o desempenho dos bancos nacionais neste período de crise, considerado «melhor do que muitos outros», e escreve que esta exposição ao risco da dívida pública é ainda reduzida em relação ao conjunto de activos dos três maiores bancos portugueses (BES, BCP e BPI), que ascendem a 233 mil milhões de euros.
Bancos são sólidos mas arriscam contágio da crise soberana
Note-se que, desde Junho, altura em que foram divulgados os resultados dos testes de stress à banca europeia, que os bancos portugueses não divulgam os números relativos à sua exposição à dívida pública
Mas este pode ser também um bom negócio já que os bancos estão a pedir dinheiro emprestado ao BCE a uma taxa de juro de 1%, e investem em dívida nacional portuguesa com juros a 7%, refere o «WSJ».
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Além disso, as instituições podem ainda usar os títulos de dívida como colaterais para garantir mais empréstimos junto do BCE.
Mas há um parênteses: as maturidades dos empréstimos à banca e dos investimentos em Obrigações do Tesouro (OT) são diferentes.
[Notícia corrigida]
Risco de Portugal dispara. Juros próximos de máximos
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