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BES: De uma guerra familiar a uma crise no grupo

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Aguardam-se agora soluções para um dos mais importantes grupos económicos portugueses

A luta pelo poder na família Espírito Santo, no final do ano passado, alertou para problemas no grupo e revelou uma crise, aguardando-se agora soluções para um dos mais importantes grupos económicos portugueses.

BES tem capital mínimo garantido mesmo com prejuízo do GES

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O que acontece se o GES falir?

Em novembro de 2013, a rivalidade entre Ricardo Salgado e o primo José Maria Ricciardi pela liderança do Grupo Espírito Santo (GES) acabou por ser reveladora dos problemas no grupo, que se tornaram mais visíveis no prospeto de aumento de capital do Banco Espírito Santo (BES), divulgado em maio deste ano.

Desde então, sucederam-se notícias sobre a situação do grupo, com destaque para a Espírito Santo International (ESI), uma das 'holding' de topo do GES, que controla a Espírito Santo Financial Group (ESFG), que por sua vez controla a área financeira (em que se inclui o BES).

Uma auditoria a esta empresa sediada no Luxemburgo revelou que não foram registados 1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a 'holding' tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está em falência técnica.

Nos últimos dias, foram notícia os atrasos nos pagamentos de aplicações financeiras a clientes do Banco Privée Espírito Santo (banco suíço detido pelo ESFG), que investiram em papel comercial da ESI.

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Outro dos problemas passa pelo negócio em Angola, onde o BES detém 55,7% do capital no BES Angola (BESA) e em que o risco de muitos clientes não pagarem os empréstimos levou já o Estado angolano a prestar uma garantia soberana de 18 meses de cerca de 4.000 milhões de euros. Se for usada, pode significar o controlo do banco por parte do Estado angolano.

Por conhecer está o impacto da situação do GES no BES.

O Banco de Portugal pronunciou-se já duas vezes sobre esta matéria para dar a mesma garantia: «a situação de solvabilidade do BES é sólida» e foram tomadas medidas «para evitar riscos de contágio ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES».

No entanto, a questão é complexa, devido às relações intrincadas entre as empresas do grupo.

De acordo com a informação conhecida publicamente, o BES tem uma exposição direta de 980 milhões de euros ao ESFG e à Rioforte ('holding' não financeira do grupo). Além disso, no final de junho, tinha uma exposição indireta de 650 milhões de euros através de papel comercial de empresas do grupo vendidas aos clientes de retalho, a que acrescem 1,9 mil milhões de euros colocados em clientes institucionais.

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Para garantir que esta dívida é paga, o Banco de Portugal obrigou o ESFG a aprovisionar mais 700 milhões de euros nas contas de 2013. No entanto, segundo um analista contactado pela Lusa, que preferiu anonimato, se o ESFG "tiver problemas e entrar numa situação de 'default' [incumprimento], há que saber quem responde por isso", podendo ser o BES chamado a garantir parte desse valor.

Na quarta-feira, a agência de notação financeira Moody's cortou o 'rating' do ESFG para apenas três níveis acima do incumprimento.

Envolvida está também a Portugal Telecom (PT), devido ao investimento de 897 milhões de euros feito em papel comercial (títulos de dívida de curto prazo) da Rioforte, empresa do GES, uma operação que a brasileira Oi, que está em processo de fusão com a operadora portuguesa, disse desconhecer.

Estas aplicações de tesouraria em papel comercial da Rioforte vencem na próxima semana.

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