O presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) esclareceu esta quarta-feira que até à data foram fechados contratos com perdas potenciais de 718 milhões de euros, dos quais 517 milhões dizem respeito a «operações problemáticas».
De acordo com João Moreira Rato, que falava durante uma audição parlamentar no âmbito das audições anuais regulares de instituições públicas, foram cancelados antecipadamente 36 contratos swaps com empresas públicas.
PUB
«O valor efetivamente pago pelas empresas foi de 513 milhões de euros (dos quais 371 milhões de euros referentes a operações problemáticas) o que representa uma poupança em termos do valor atualizado dos custos futuros estimados de 205 milhões de euros, ou seja, quase 30% do valor do mercado das operações canceladas», disse.
Moreira Rato explicou durante a sua intervenção que o IGCP tem ganho dinheiro com as coberturas de taxas de juro feitas através de contratos de swap.
«Os derivados de cobertura fazem parte das práticas saudáveis do mercado e são por isso usados pelo IGCP», disse, citado pela Lusa.
O responsável anunciou ainda que o IGCP criou um grupo para avaliar e discutir os swaps com os bancos.
Recorde-se que o Estado está a renegociar os contratos de swap assinados entre as empresas públicas portuguesas e vários bancos. Os únicos que recusaram renegociar foram o Santander e o JP Morgan, instituições que o Governo admitiu levar a tribunal. Numa reviravolta, o Santander e o JP Morgan decidiram entretanto processar as empresas públicas portuguesas com quem assinaram estes contratos.
PUB