Portugal está endividado até ao pescoço, com o mealheiro em risco de esvaziar já em Abril, mês em que o Estado vai poder, apesar disso, gastar mais. E só os bancos do país vizinho detêm um terço da dívida acumulada por famílias, empresa e Estado. Contas feitas, devemos 77 mil milhões de euros aos espanhóis, um valor bem próximo daquilo que se julga necessário Portugal receber em caso de resgate.
Em concreto, segundo os últimos dados do Banco de Pagamentos Internacionais, citados pelo «Jornal de Negócios», bancos de 56 países têm uma exposição de 228 mil milhões de euros a Portugal.
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No caso espanhol, dos 77 mil milhões que estão em causa, 50 mil milhões dizem respeito a dívidas de empresas e famílias, 6 mil milhões ao Estado (dívida pública), 4 mil milhões à banca e 17 mil milhões de activos na forma de contratos de derivados financeiros, contratos de crédito e outras garantias.
Mas os níveis de endividamento português vão ainda mais longe. Os alemães concederam empréstimos de 13 mil milhões aos bancos portugueses, o triplo do que acontece com Espanha. E os EUA surgem em terceiro lugar na lista de credores.
Mas é para Espanha que a balança mais pesa. É que se Portugal se vir forçado a reestruturar a sua dívida ou se a banca entrar num quadro de solvabilidade duvidoso ou ainda se as dívidas das famílias e das empresas atingirem um ritmo ainda mais galopante, são os bancos do país vizinho os mais expostos, os que terão de pagar a maior factura.
E isto numa altura em que o sector financeiro espanhol não está nos seus melhores dias. O risco de colapso em Portugal aumenta assim os receios de que Espanha seja atirada para a ajuda externa.
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