Os juros da dívida soberana nacional estão a «ferver» nesta sessão de quarta-feira, negociando bem perto de valores máximos. O corte de rating da dívida portuguesa anunciado pela Moody`s promete agitar os mercados, num dia em que o Estado volta a emitir dívida de curto prazo, pretendendo angariar até mil milhões de euros.
Portugal já é considerado «lixo» por aquela agência de notação financeira. Para a Moody`s, o país não vai conseguir cumprir as metas do défice acordadas com a troika, isto numa altura em que o novo Governo têm anunciado uma austeridade reforçada e num momento em que até Bruxelas diz que o programa do Executivo de Passos Coelho vai além do exigido. O primeiro-ministro anunciou na semana passada a criação de um imposto especial, equivalente a 50% do subsídio de Natal, que os portugueses terão de pagar este ano, em sede de IRS.
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Este corte de rating está a fazer tremer a confiança na capacidade de Portugal cumprir os seus objectivos, com os juros da dívida a negociarem bem perto de recordes.
As Obrigações do Tesouro a 10 anos estão nos 11,942%, um valor bem próximo de máximos. O spread, isto é, a diferença entre o que é exigido a Portugal em detrimento da Alemanha - que serve de referência - voltou a continua a protagonizar uma escalada considerável, estando agora nos 900 pontos base. O recorde é de quase 921.
Os juros a cinco anos trepam para os 14,226% (o último valor mais alto desde a entrada do país no euro foi de 14,585%) e os juros a 3 anos negoceiam nos 15,637%.
Os juros a dois anos estão imparáveis, nos 15,149%. Entre os quatro e os 8 anos, encaminham-se a passos largos para os 14%.
O nervosismo está a contagiar a Grécia e a Irlanda, cujos juros seguem em alta acentuada.
Também o risco da dívida espanhola, medida pelo diferencial face aos títulos alemães, disparou hoje para os 260 pontos base na abertura do mercado, arrastado pela decisão da Moody`s baixar o rating da dívida soberana portuguesa.
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